Estudo do NHS avalia eficácia de testes genéticos para prevenção de DCV
A identificação precisa do risco cardiovascular permite a adoção de terapêuticas atempadas, o que pode prevenir o registo de milhares de casos de DCV.
O estudo “Heart”, promovido pelo Sistema Nacional de Saúde britânico (NHS, sigla em inglês), está a oferecer testes genéticos a mil voluntários saudáveis para avaliar a sua eficácia na identificação do risco cardiovascular (RCV), nomeadamente para a ocorrência de enfartes agudos do miocárdio (EAM) e acidentes vasculares cerebrais (AVC).
“São pessoas que vivem as suas vidas diárias que registam um risco elevado de doenças cardiovasculares (DCV) e que atualmente são invisíveis ao NHS. Podemos encontrar essas pessoas que apresentam realmente um RCV elevado, mas que não estão cientes disso”, disse o fundador da empresa que desenvolveu os testes (Genomics), Peter Donnelly.
Segundo explicam os investigadores, o advento da criação de vastos bancos de dados genéticos permite que os cientistas desenvolvam algoritmos que agregam as contribuições de um grande número de genes e que permitem definir uma “pontuação de risco poligénico” (PRS) para uma determinada condição.
Também através de exames de rotina que usam um algoritmo (QRisk) que combina fatores não genéticos, como a idade, pressão arterial (PA), histórico de tabagismo e colesterol, é possível identificar um risco associado à probabilidade de desenvolver EAM ou RCV.
Tendo em consideração estes dois meios, o estudo procura avaliar a eficácia da combinação da pontuação do QRisk com os valores do PRS, para estabelecer uma pontuação mais precisa do RCV destes indivíduos.
Através de estudos anteriores, a equipa de investigação sugere que em homens de 45 a 55 anos o PRS é o indicador mais importante. No geral, espera-se ainda que cerca de 5% das pessoas com idades entre 45 e 65 anos estejam acima do limite de risco para uso de estatinas com base em pontuações QRisk e PRS combinadas. Segundo analisam, se se iniciasse terapêutica com estatinas neste grupo de indivíduos, poderia evitar-se a ocorrência de cerca de 9500 eventos cardiovasculares em 10 anos.
SO