Estudantes portugueses criaram aplicação que ajuda pessoas com restrições alimentares
Alunos da Faculdade de Engenharia do Porto desenvolveram uma aplicação móvel que ajuda as pessoas com restrições alimentares a escolherem e a comprarem os alimentos de forma segura, alertando-as sobre os produtos que podem ser perigosos
Esta aplicação, designada ‘NutriSafe’, alerta os consumidores com restrições alimentares, fornecendo-lhes dados sobre a informação nutricional e os ingredientes do produto, bem como os ‘semáforos’ nutricionais (conteúdo em açúcar, sal, gordura e gordura saturada), explicou à Lusa um dos criadores, Manuel Zamith.
Para além disso, avisa sobre as informações nutricionais (como “baixo valor energético” ou “alto teor de fibra”) e alerta os consumidores, de forma personalizada, caso o produto possa ser potencialmente inseguro, de acordo com as configurações do perfil de cada utilizador.
Este é um dos 20 projetos desenvolvidos por 111 estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), no âmbito da unidade curricular Laboratório de Gestão de Projetos (LGP), e que foram apresentados hoje, durante o evento ‘LGP Challenge’, naquela instituição de ensino superior.
De acordo com Manuel Zamith, as informações são obtidas com a leitura do código de barras do produto alimentar, realizada através das câmaras dos ‘smartphones’.
Apesar de a equipa responsável pela criação desta solução ter dado “especial atenção” aos consumidores com restrições, esta aplicação destina-se a “todas as pessoas que queiram conhecer melhor os alimentos que consomem”, esclareceu.
O aluno acredita ser esse o fator diferenciador da ‘NutriSafe’, que pode ser “muito apreciada” por quem sofre de alergias, intolerâncias ou que, simplesmente, não deseja ingerir um determinado ingrediente.
No futuro, pretende-se que a aplicação seja numa ferramenta de ajuda no trabalho dos nutricionistas, podendo estes acompanhar os pacientes e garantir o seu bem-estar.
Embora existam soluções no mercado que fazem igualmente leitura do código de barras de alimentos, o aluno explicou que as funções dessas mesmas aplicações passam apenas por contar calorias ou fornecer dados ‘fitness’, ajudando os utilizadores com a dieta e um estilo de vida saudável.
“Essa não é, de todo, a intenção da NutriSafe”, indicou, acrescentando que o que se pretende é “atacar problemas de maior dimensão”, relacionados com “a saúde pública”.
No projeto que deu origem à ‘NutriSafe’ estão envolvidos, para além de Manuel Zamith, elementos da FEUP provenientes das áreas de Engenharia de Software, Multimédia, Engenharia de Serviços, Gestão, Informática e Computação, bem como da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.
LUSA/SO/CS