Estudantes de Medicina afirmam que nova prova é mais justa
A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) mostrou-se satisfeita com a alteração prevista na prova que os médicos fazem para aceder a uma especialidade, considerando-a "uma mudança de um paradigma de um modelo ultrapassado"
“Queremos uma prova justa e adequada ao seu propósito: seriar os estudantes com base nos critérios mais adequados para o acesso a uma especialidade”, considera Ana Rita Ramalho, presidente da ANEM, citada num comunicado, sublinhando que “a realização de uma prova-piloto é fundamental para o sucesso da implementação do novo modelo de prova”.
No fim de semana, o jornal Público noticiou que a comissão nomeada pelo Ministério da Saúde já apresentou a proposta da nova prova, que substituirá o exame que os médicos fazem para aceder a uma especialidade, conhecido por Harrison.
A ANEM lembra a discussão pública do documento, que arranca esta semana, e diz que, em reunião com a tutela, solicitou “uma célere promoção da apresentação pública, aliada a sessões independentes em cada Escola Médica, para partilha das conclusões tecidas pela Comissão Nacional e informação da decisão tomada acerca da sua aplicação”.
O novo modelo de prova deverá ser trabalhado de modo a que em 2018 haja um primeiro teste-piloto, mas será apenas em 2019 que o Harrison será definitivamente substituído pelo novo modelo de exame.
A ANEM recorda ainda que o Decreto de Lei n.º 86/2015 de 21 de maio indicava a aplicação de um novo modelo de prova ainda em 2018.
“É fundamental que não se deixe cair no esquecimento o trabalho desenvolvido pela Comissão Nacional responsável pela proposta do novo modelo de prova e que seja incitado o seguimento das recomendações tecidas para que o novo prazo de implementação seja cumprido”, afirma a presidente da ANEM.
“Se as conclusões apresentadas pela Comissão Nacional forem salvaguardas teremos certamente uma prova mais justa e adequada para todos os estudantes de Medicina portugueses”, acrescenta.
Segundo o Público, se a proposta que vai a discussão pública não sofrer grandes alterações, a prova passará a ter 150 perguntas com resposta de escolha múltipla, quando o Harrison contava com 100. O exame, que durava 150 minutos, passará a ser mais longo.
O Harrison focava-se apenas nas áreas da medicina interna e era um exame assente na capacidade de memorização.
A ANEM, fundada em 1983, é a representante legal dos cerca de 12.000 estudantes de medicina em Portugal.
LUSA/SO/SF