Epidemia de sarampo ameaça tribos que vivem na fronteira do Brasil com a Venezuela
A organização não governamental (ONG) Survival International alertou esta quinta-feira para uma epidemia mortal de sarampo que está a atingir tribos isoladas da etnia Yanomami que vivem na fronteira do Brasil com a Venezuela.
Em comunicado, a ONG afirmou que “o surto devastador de sarampo tem o potencial de matar centenas de pessoas da tribo, a menos que uma ação de emergência seja tomada”.
As comunidades Yanomami onde o surto irrompeu vivem em áreas isoladas da Amazónia que foram invadidas por garimpeiros, considerados a fonte provável da epidemia.
“No Brasil, pelo menos 23 índios visitaram um hospital, mas a maioria dos afetados está longe de receber atendimento médico”, lê-se no comunicado da Survival International. Na Venezuela há relato de pelo menos outros 25 casos da doença em indígenas pertencentes às comunidades de Oroshi e Irotha.
Segundo o diretor da Survival International, Stephen Corry, quando os povos indígenas experimentam doenças comuns, como o sarampo ou a gripe, que nunca conheceram antes, populações inteiras podem ser exterminadas. “Essas tribos são os povos mais vulneráveis do planeta. Cuidados médicos urgentes são a única coisa entre essas comunidades e a devastação total”, disse.
Noutro comunicado, a Survival International referiu que o problema foi denunciado há mais de três meses quando casos de sarampo começaram a aparecer nas comunidades de Alto Ocamo-Parima, na Venezuela, e na região de Ônkiola, no lado brasileiro da fronteira.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), divulgou em março um relatório que indicou que a Venezuela ocupa o primeiro lugar nos casos de sarampo em países da América Latina.
LUSA/SO