Enfermeiros exigem renovação de contratos no Hospital de Gaia
Cerca de uma dezena de enfermeiros, que até abril exerceu funções no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) no âmbito do plano de contingência da gripe, exigiu ao Governo que os seus vínculos sejam "avaliados"
“Enfermeiros dizem não aos vínculos precários” – era a frase que se lia nos cartazes que esperavam os secretários de Estado Manuel Delgado e Fernando Araújo à saída de uma reunião ontem no CHVNG/E.
Em declarações aos jornalistas, Ana Pires, que até abril desempenhou funções como enfermeira no bloco operatório e na nefrologia do hospital de Gaia, disse que em causa estava “exigir uma resposta ao Governo” para 37 enfermeiros que estão sem trabalho.
“Foi-nos prometido que estes vínculos iam ser avaliados e autorizados pelo ministro da Saúde. Entretanto passou um mês e continuamos sem resposta. Continuamos sem trabalho. A posição das chefias do hospital é que não sabem de nada”, descreveu Ana Pires.
A comitiva de enfermeiros chegou à conversa com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo que, à saída das instalações, não prestou declarações aos jornalistas, tendo remetido para o colega de Governo Manuel Delgado.
“O Governo tomou a decisão de, durante o ano de 2018, fazer a integração de todos os precários que estão em situação de trabalho permanente. Sempre que um trabalhador na área da saúde está a prestar uma atividade que é de natureza permanente, e se já estiver a fazê-lo em 31 de dezembro de 2016, vamos proceder à sua integração. Outra coisa são funções de trabalho temporário, como contratações devido a uma epidemia, excesso de calor, entre outros casos”, disse o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.
Já questionada sobre o que lhes tinha sido transmitido pelos governantes, Ana Pires, contou que foi garantido que a situação é “uma prioridade”: “Disseram que estão a avaliar as necessidades para depois darem uma resposta”, contou a enfermeira.
A agência Lusa contactou o CHVNG/E, tendo fonte do Conselho de Administração, que entrou recentemente em funções, avançado que “uma das primeiras medidas tomadas foi solicitar a reconversão contratual dos enfermeiros que tinham sido contratados ao abrigo do plano de contingência da gripe”, estando o processo nas mãos da tutela.
A 4 de maio, no mesmo dia em que o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses organizou um protesto sobre este caso, também o PCP de Gaia apontou estar solidário com a alegada não renovação de contratos de 37 enfermeiros e avançou que ia ser entregue um requerimento dirigido ao Ministro da Saúde na Assembleia da República.
LUSA/SO/SF