25 Mar, 2021

Doentes oncológicos querem articulação entre médicos e centros de vacinação

A Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas defendem articulação entre os médicos e os centros de vacinação, de modo a ter em conta especificidades dos doentes oncológicos.

As especificidades dos doentes oncológicos ativos determinam que a sua vacinação contra a covid-19 seja articulada entre os médicos e os centros de vacinação, defendeu à Lusa a presidente da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL).

Prevista para começar em abril, a vacinação dos “milhares de doentes oncológicos ativos em Portugal”, segundo Isabel Barbosa, tem de ser “muito bem planeada” dada a especificidade dos tratamentos destes doentes”.

“Os doentes estão ansiosos porque tem de haver uma articulação entre os médicos oncologistas e hematologistas que os estão a tratar e os centros de vacinação, porque terá de haver o ‘timing’ certo para a vacina. E isso ainda não foi falado”, lamentou a responsável Isabel Barbosa.

Lembrando que os “doentes oncológicos já vacinados foram os que têm mais de 80 anos, com doença controlada e que não estão a fazer tratamento”, Isabel Barbosa enfatiza que na segunda fase, “em que se diz que os doentes com neoplasias ativas estão incluídos”, terão de ficar salvaguardas várias situações.

“Se os doentes são chamados para a vacinação, eles têm de levar informação sobre se aquela é a altura certa para fazer a vacina”, assinalou, exemplificando com o caso das doenças do sangue.

Segundo a dirigente da APLL, há doentes “que estão a fazer quimioterapia e que, por vezes, o sistema imunológico está debilitado e é preciso saber quanto tempo têm de esperar para fazer a vacina”.

Isabel Barbosa frisou que “nenhum [dos doentes] diz que não quer ser vacinado”.

Neste contexto, disse Isabel Barbosa, a associação propõe que “todos os doentes levem informação do centro hospitalar” onde estão a ser tratados quando forem chamados para a vacinação e também a “criação de novos centros de vacinação nos grandes hospitais para os doentes oncológicos”, embora neste caso admita dificuldades por haver muitos doentes a residir “muito longe dos hospitais”.

A APLL propõe ainda que se “comece a vacinar entre os 40 e os 69, pela idade e não pela doença, ficando os de menos de 40 anos com doença ativa [a ser vacinados] com o resto da população”.

“Estamos a falar de milhares de doentes nesta situação”, acrescentou.

As preocupações manifestadas serão debatidas na quinta-feira numa ‘webinar’ dedicada à temática “Vacinação contra a covid-19: Perguntas e respostas dos Doentes Hematológicos/Oncológicos”, promovida pela associação e que decorrerá entre as 18:30 e as 20:00.

 

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