Cuidados a ter com o sol para obtermos benefícios

Sem sol não há vida, pois sabemos que numa floresta onde há árvores altas que nos dão sombra, todas as outras que estão em baixo têm dificuldade em crescer e até em sobreviver. O mesmo se passa com o sol nas nossas vidas. Num momento em que os carros passaram a mover-se com a energia que vem do sol, através dos painéis fotovoltaicos, e numa altura em que cada vez mais se fala de aviões capazes de tirar proveito do sol, etc., é nosso entendimento que temos que aproveitar o sol, mas obviamente temos que ter cuidados inerentes com o mesmo. Vamos abordar este tema, falando dos cuidados a ter e dos seus benefícios.

 

Tipo de pele

As pessoas com pele clara, ruivas ou sardentas e de olhos claros estão muito mais sujeitas às ações dos raios solares no seu organismo, motivo pelo qual se sugere que tenham cuidados redobrados nos horários de exposição solar, ou seja, que aproveitem os benefícios que o sol lhes traz, expondo o seu corpo, sobretudo a zona que nunca está exposta – como o tronco e os membros – e, é obvio, poupando a face, pescoço, decote, braços e pernas. Esta exposição deverá acontecer todo o ano, evitando, desta forma, a carência de vitamina D, atualmente tão prevalente e que exige, muitas vezes, suplementação. É sensato que essa exposição se faça sempre nas primeiras horas do dia – até às 10 horas e a partir das 18 horas – e que, aos poucos, se vá adaptando, podendo ser até às 11 horas e a partir das 17 horas, se não “queimarem” com facilidade e a temperatura estiver agradável.

Profissionais e/ou desportistas que exerçam a sua atividade ao ar livre devem ter cuidados redobrados, pois os efeitos do sol são cumulativos, quer dizer, os efeitos do sol que apanhámos num ano vão juntar-se ao de anos anteriores. Não é só o sol que hoje apanhamos, mas todo o que está para trás. De facto, noutras épocas expúnhamo-nos ao sol sem qualquer receio!

Roupa adequada, com malha espessa por forma a evitar a passagem dos raios solares e que cubra as áreas que em toda a vida estão expostas ao sol – como a face – não esquecendo orelhas nem lábios, pescoço e decote, braços e pernas. É imprescindível também um chapéu que cubra bem a cabeça e óculos de sol com proteção anti-UV. Há países como a Austrália em que se utiliza chapéu que cobre a cabeça, pescoço e orelhas, o chamado chapéu do legionário, isto em países com alto risco de cancro. Os asiáticos utilizam guarda-chuvas a que chamam e bem, guarda-sol, para se defenderem do sol nos momentos em que este é mais forte.

Ter em conta que quando apanhamos sol o recebemos diretamente e, muitas das vezes, também por reflexão sobretudo se estivermos sem roupa, numa área que tenha muito granito, betão ou areia seca em que a reflexão chega a ser até 85% da radiação, portanto um acrescento de 85% de radiação solar. O cabelo defende-nos da exposição solar direta e funciona como o telhado de uma casa e é evidente que quando não temos cabelo ou o rapamos, o sol provoca os seus danos de uma forma mais vincada. Portanto, no verão, é sensato que se utilize o cabelo como defesa contra o sol.

Protetor solar

Quando falamos de protetor solar com proteção 50+ queremos dizer que dá uma proteção muito importante, mas isso pressupõe que se aplique com uma camada de 2 miligramas por centímetro quadrado; ora, não é possível quantificar este valor na espessura de camada. Assim, temos que fazer a aplicação de uma ou duas camadas em massagem para que penetre na pele e não escorra para outras áreas. Se com uma camada a pele não queimar é porque a quantidade que aplicámos estava certa, mas se tal acontecer teremos que fazer uma segunda e terceira aplicação. Quando usamos uma só camada, esse valor não é por regra atingido e podemos ficar só com fator de proteção solar de 10 a 15.

O protetor solar também funciona como hidratante e, na nossa experiência, é um bom hidratante. Os protetores com cor secam um pouco a pele, mas podem ser aplicados sobre um hidratante normal dando a cor e o tom que cada um pretende. Devemos reaplicar pelas 12 e 16 horas, bem como o corretor de cor. Ora isto deve ser feito porque, como se compreende, com o suor ou o banho o protetor é em parte removido.

As horas a que nos expomos

Devemos evitar fazê-lo entre as 11 e as 17 horas e, aos poucos, ir aumentando a tolerabilidade das 11 para as 12 horas e das 17 para as 16 horas.

A sombra solar vê-se colocando-nos sempre no mesmo local ao sol e quanto menor for a sombra significa que é maior a intensidade da radiação ultravioleta A ou B que chega através do sol. Nas zonas tropicais ou na neve a quantidade de radiação é maior. Com nevoeiro não se pode expor ao sol sem cuidados redobrados pois devemos ter em linha de conta que as gotículas de água do nevoeiro filtram a radiações infravermelhas e, portanto, não sentimos o calor, mas provocam os efeitos maus do sol, pois continuam a chegar até nós os ultravioletas A e B que podem provocar queimaduras solares graves. É nesses dias que aparecem muitos doentes nos serviços de urgência com queimaduras de alguma gravidade, sobretudo aqueles que têm pele muito clara.

Também a cor da pele é um fator importante e as peles claras ditas fototipo I a III são mais suscetíveis à radiação solar. São pessoas que vivem em países onde a exposição solar é menor e, portanto, estão sujeitas a menos radiação, mas nos países tropicais a pele é mais escura para refletir ou não absorver grande parte da radiação mais elevada.

Há doenças que são desencadeadas ou agravadas pelo sol, mas que só se manifestam muitos anos depois, pois os efeitos do sol se vão acumulando, somando a cada ano e tornando-se mais perigosos – daí que tenhamos manchas na cara ou nas mãos e/ou lesões “agarradas” e crostosas castanhas ou amareladas que poderão ser consideradas como pré-malignas. O sol em excesso envelhece a pele.

É muito importante a educação das crianças e adolescentes no que concerne ao uso de protetor solar, incentivando-se a sua utilização. É importante que se reaplique várias vezes e sempre que a criança vai à água pois a eficácia do protetor diminui.

O uso na praia de t-shirts, calção, óculos com proteção anti UV e chapéu de abas largas é obrigatório.

O protetor solar é muito importante.

Nos efeitos secundários de maior receio destaca-se o aparecimento de cancro de pele que, de uma forma geral não é muito perigoso, quando tratado cedo, mas que caso se deixe avançar poderá vir a ser perigoso. A exposição solar agrava não só o lúpus eritematoso disseminado ou sistémico, bem como alergias solares ou reações a medicamentos que se manifestam nas zonas expostas ao sol. Muito haveria que falar, mas não é o lugar nem é o momento para tal.

Quanto aos benefícios fomos falando ao longo do artigo e referia de novo, em súmula, os mais importantes: A exposição ao sol moderada é benéfica, ajuda na produção de vitamina D, aumenta a produção de endorfina (substância antidepressiva natural), ajuda também o sistema imune e doenças como psoríase, vitiligo, eczema e dermatite atópica, entre outros.

Apanhe sol, com moderação, todo o ano!

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