24 Ago, 2021

Covid-19. Vacinação deverá passar para centros de saúde com 85% da população inoculada

O vice-almirante realçou, mesmo assim, que, “não há nenhuma decisão sobre a terceira dose da vacina”, e que a DGS ainda está a avaliar o assunto.

O coordenador nacional da Task Force do Plano de Vacinação declarou hoje que as inoculações contra a covid-19 deverão passar para os centros de saúde quando 85% da população portuguesa estiver coberta por esse procedimento.

Numa visita ao centro de vacinação de São João da Madeira, no distrito de Aveiro, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo não se comprometeu com datas para encerramento das estruturas municipais quem vêm desempenhando esse trabalho clínico, mas admitiu que uma eventual terceira dose das inoculações, a confirmar-se cientificamente como necessária, já deverá ser administrada nos diversos centros de saúde do país.

“Já temos 80% [da população vacinada] com as primeiras doses e hoje devemos ficar entre os 72% e 73% com as segundas. Temos que ficar no mínimo com 85% [em cada grupo]”, afirmou o coordenador da Task Force.

Gouveia e Melo não avançou uma mudança para encerramento dos centros municipais, até porque ainda há “muita gente por vacinar” e o planeamento em curso “depende muito de como os portugueses aderirem ao processo”, mas reconheceu que a eventual terceira dose da vacinação já deverá ser administrada nos centros de saúde.

Para o justificar, fez as contas: “Dos 0 aos 12 anos de idade há cerca de 12% cento da população [que não será vacinada]. Se houver mais 1%, 2% ou 3% de população que não queira ser vacinada, o que é uma taxa muito reduzida, temos 15% da população [com o processo concluído]. Ora 100% menos 15%, dá 85%”.

O vice-almirante realçou, mesmo assim, que, “não há nenhuma decisão sobre a terceira dose da vacina”, que a Direção-Geral de Saúde ainda está a avaliar o assunto e que “não há sequer certeza científica da sua necessidade”. Caso venha a decidir-se avançar, contudo, o número de utentes a beneficiar dessa toma adicional será reduzido.

“Uma coisa é dar mais uma dose a quem é, por exemplo, imunodeprimido ou está a fazer um tratamento específico e tem as suas defesas mais baixas”, e outra é “falar de uma terceira dose generalizada”, pelo que Gouveia e Melo acredita que só o primeiro cenário fará sentido.

“Estaremos a falar de 100.000 pessoas [para a eventual terceira toma] e não há necessidade de ter toda esta capacidade [de estruturas municipais] para vacinar 100.000 pessoas. Isso pode perfeitamente ser feito nos centros de saúde, com a vacinação da gripe e outras coisas”, defendeu.

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