6 Jan, 2023

Covid-19: Vacina e doença permitem proteção por mais tempo, indica estudo português

A investigação é liderada por Luís Graça, investigador do Instituto de Medicina Molecular e professor universitário da Faculdade de Medicina de Lisboa, e por Manuel Carmo Gomes, professor da Faculdade de Ciências de Lisboa.

Um novo estudo de investigadores portugueses concluiu que quem recebeu todas as vacinas contra a doença e foi infetado com o SARS-CoV.2 tem maior proteção contra a variante Omicron BA.5 “até pelo menos oito meses após a primeira infeção”.

Os resultados foram agora publicados na revista científica Lancet Infectious Diseases. Luís Graça e Manuel Carmo Gomes, que integraram a Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 da DGS, realçam que já era do conhecimento dos peritos que a vacinação e a infeção davam proteção contra a o coronavírus, mas faltava mais conhecimentos concretos sobre a “imunidade híbrida” (a conferida pela vacina e por infeção prévia).

No estudo foram analisados dois grupos de pessoas: as vacinadas e infetadas e as apenas vacinadas. “No início, a proteção é muito alta nos dois grupos, mas depois, à medida que o tempo vai passando, as pessoas do primeiro grupo perdem a proteção muito mais devagar do que as pessoas do segundo grupo. Ao fim de oito meses, a proteção das pessoas que estavam só vacinadas é praticamente nula, enquanto as pessoas do primeiro grupo mantinham uma proteção na ordem dos 65%”, clarifica Manuel Carmo Gomes.

O especialista salienta que a imunidade híbrida contra a covid-19 é mais estável e que a proteção conferida é inicialmente de “cerca de 90%, reduzindo-se ao fim de 5 meses para cerca de 70%, e mostrando uma tendência para estabilizar num valor de cerca de 65% ao fim de 8 meses, por comparação com a proteção em pessoas vacinadas e não infetadas”.

SO/SAPO

Notícia relacionada

Covid-19: INSA detetou “algumas dezenas” de casos da linhagem XBB da Ómicron

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais