23 Nov, 2021

Covid-19. “Só as vacinas bloqueantes de transmissão vão permitir vencer esta batalha”

As vacinas atuais não criam a imunidade de grupo, sublinha o imunologista Manuel Santos Rosa. Vacinas bloqueantes de transmissão já estão a ser desenvolvidas.

Foto: Global Images

Já está a ser desenvolvido um novo tipo de vacinas, que, para além de prevenirem a doença grave, vão ser capazes de travarem a transmissão. Estas novas vacinas já se encontram em fase final de produção nos Estados Unidos da América e na Europa, nomeadamente na Alemanha e Reino Unido, esperando-se que abram portas a uma nova etapa no controlo da pandemia de SARS-CoV-2.

“Só até aparecerem as vacinas de segunda geração, que estão a ser desenvolvidas no sentido de serem bloqueantes da transmissão, poderemos respirar de alívio e vencer esta batalha”, confirmou o imunologista Manuel Santos Rosa em entrevista ao Diário de Notícias, reforçando que é fundamental “continuar a lutar contra o vírus com as medidas de proteção individual”.

“Já deveríamos ter percebido que, embora as vacinas atuais sejam muito importantes na redução da doença grave e nas mortes, não criam imunidade de grupo”, começa por explicar o professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra. “É preciso dizer aos portugueses que tenham um pouco mais de paciência”, no sentido de “ganhar mais algum tempo ao vírus”.

“Sabemos que o inverno lhe é favorável e desfavorável aos humanos e a ciência tem na calha a perspetiva de novas vacinas, uma segunda geração, à base de microespículas, como se fosse um selo adesivo, que poderão ser já bloqueantes à transmissão e eficazes no reforço da imunidade celular”, acrescenta o imunologista.

Manuel Santos Rosa defende, ainda, a fácil aplicação destas vacinas de segunda geração, uma vez que “já se percebeu que um dos grandes problemas da massificação da vacinação é a necessidade de termos centros de vacinação com muito pessoal envolvido”. Estas vacinas não deverão ser injetáveis. “Se tivermos uma vacina cuja aplicação seja tão simples como colocar um selo adesivo na pele, isso facilitará e muito todo o processo de combate à pandemia “.

Até lá – e com a possibilidade do desenvolvimento de novos fármacos antivirais -, de acordo com o especialista, as vacinas contra a covid-19 disponíveis até ao momento “são a maior arma que temos” somadas às medidas de proteção individual, sendo crucial promover-se o alargamento da vacinação e o seu reforço.

SO

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