Comissão Europeia adota plano de combate à resistência a antibióticos
O objetivo é ajudar os Estados-membros a desenvolverem "novas ações e iniciativas centradas em áreas chave", apostando na elaboração de planos nacionais
A Comissão Europeia adotou hoje um plano para combater a resistência aos antibióticos, uma ‘ameaça’ que mata anualmente 25 mil pessoas na União Europeia (UE) e custa 1,5 mil milhões de euros. Em paralelo ao plano, Bruxelas apresenta ainda regras para um “uso prudente de antibióticos”.
A Comissão Europeia quer ajudar os Estados-membros a desenvolverem “novas ações e iniciativas centradas em áreas chave”, apostando na elaboração de planos nacionais.
Neste âmbito, o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, salientou que “nenhum país pode resolver sozinho” o problema. “Precisamos de um esforço verdadeiramente europeu para salvar vidas humanas, animais e o ambiente”. Moedas ressalvou também que o plano de ação – designado “One Health Action Plan” – implica melhor coordenação e colaboração entre Estados-membros, bem como entre os setores público e privado na Europa e não só”. O plano aborda a questão da resistência aos antibióticos nas pessoas e também nos animais.
O programa Horizonte 2020, que está sob a alçada de Moedas, dedica um total de 7,4 mil milhões de euros para apoiar a investigação na saúde entre 2014 e 2020, nomeadamente na promoção de cuidados personalizados.
Segundo dados de Bruxelas, em Portugal, foram prescritos, em 2014, cerca de 20 doses de antibióticos por mil habitantes por dia, sendo a média da UE de 25.
A Holanda (10,6 doses diárias por mil habitantes) é o país da UE com menos prescrições e a Grécia com mais (quase 45).
Ontem, o Observatório Português dos Sistemas de Saúde anunciou querer medidas concretas para reduzir o consumo de antibióticos, sugerindo que, nalguns casos, o médico só os possa prescrever após identificar a causa da infeção.
Segundo o Relatório da Primavera 2017 do Observatório dos Sistemas de Saúde, o consumo absoluto de antibióticos, ajustado à população residente, decresceu em Portugal de 2004 para 2014, mas identificou-se uma tendência de crescimento de consumo de antibióticos de largo espectro, que atua numa grande variedade de bactérias.
LUSA/SO/SF