8 Ago, 2018

Clínica na Líbia depende de donativos para tratar pacientes com cancro

Uma das poucas clínicas especializadas em cancro na Líbia depende de donativos para manter o seu funcionamento e cuidar de pacientes que se deslocam de muito longe para receberem tratamento, noticiou a agência Reuters.

O conflito e a crise económica resultantes da guerra civil, em 2011, comprometeram o sistema de saúde da Líbia, o que tornou mais difícil para os seus habitantes conseguirem pagar tratamentos e viagens para hospitais no exterior.

Segundo a Reuters, os medicamentos e os equipamentos médicos são escassos, muitos dos profissionais estrangeiros abandonaram o país e a deslocação interna também trouxe grandes desafios para os estabelecimentos que ainda estão a operar, como é o caso do Misrata Cancer Center.

“O deslocamento de um grande número de pessoas levou a superlotação e superpopulação no Oeste (da Líbia) e a um aumento na carga sobre o centro de tratamento de cancro”, disse o diretor da clínica, Mohamed el-Feki.

O centro foi forçado a recorrer a instituições de caridade e a doadores privados para manter o seu funcionamento. “Temos escassez em todos os tratamentos, em primeiro lugar para a quimioterapia. Tudo vem de doações”, disse Haweya Ahmed, enfermeira e supervisora ​​da ala das crianças.

A enfermeira explica que “uma dose pode custar de 3.000 a 4.000 (dinares líbios)”, indicando que alguns dos pacientes deslocam-se até à clínica a cada 15 dias. “Como é que vão conseguir pagar?”, questiona.

O conflito na Líbia deixou mais de 1 milhão dos seus 6,5 milhões de habitantes carenciados de assistência humanitária, segundo as Nações Unidas.

Reuters/SO

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