3 Mai, 2021

Ainda existe discriminação dos diabéticos no meio laboral

Apesar das leis que que defendem as pessoas que sofrem desta doença crónica, a APDP alerta que ainda existe discriminação dos diabéticos.

Na sequência do dia do trabalhador (1 de maio), a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) alerta para os direitos das pessoas com diabetes no local de trabalho, reconhecendo que continuam a existir casos de descriminação a combater.

O presidente da APDP, José Manuel Boavida destaca que “A sociedade ainda não está, muitas vezes preparada para a inclusão na sua plenitude, o que prejudica o dia a dia das pessoas com diabetes e a sua inclusão no meio profisional. Prova disso são os casos nos quais as pessoas acabam por não ver reconhecidas as sua qualidades, não progridem profissionalmente ou mesmo desistem do seu emprego porque os seus direitos não foram respeitados”.

“Os portadores de uma doença crónica estão protegidos pela lei e podem estar sujeitos a regras distintas dos restantes colaboradores, se as condições assim o exigirem”, continuou.

Além da falta de flexibilidade no trabalho, os diabéticos têm de enfrentar outros problemas, pois continuam a ter acesso limitado ou inexistente a algumas profissões, como condutores de transportes coletivos, controladores de tráfego aéreo, bombeiros, forças militares, policiais e de segurança, ou pilotos profissionais de aviões e até para a entrada em algumas escolas profissionais ou universidades.

Estas limitações são justificadas com o potencial perigo individual ou para outras pessoas sob sua responsabilidade direta, em caso de hipoglicemia. Mas, segundo a APDP, os meios de tratamento atuais permitem um controlo rigoroso da diabetes e apresentam soluções para eventuais dificuldades (sensores contínuos de glicemia com alarmes e bombas de insulina), que abrem possibilidades de acesso a empregos em áreas que eram mais dificultadas às pessoas com diabetes.

O diretor clínico da APDP, João Filipe Raposo afirma que “a discriminação é uma realidade para as pessoas com diabetes. Ainda se verifica o estigma de empregar uma pessoa com uma doença crónica. Os receios passam pelas eventuais faltas devido a consultas periódicas ou pela necessidade de ter mais pausas do que os outros trabalhadores durante o horário de trabalho”.

A APDP acredita que a solução para o combate à discriminação passa por formar a sociedade sobre os direitos e deveres explícitos para todos os empregadores e trabalhadores. Defende ainda que devia existir mais informação sobre a legislação e os direitos do trabalhador com doença crónica, em particular com diabetes.

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