AHA alerta para “epidemia de opioides” em pessoas com doenças cardíacas
Em comunicado, a American Heart Association reforça a sua preocupação relativa ao uso de opioides e oferece várias estratégias para o seu controlo.
O uso indevido de opioides a nível mundial e sobretudo nos Estados Unidos da América (EUA) continua a resultar em altas taxas de dependência, bem como num número significativo e preocupante de mortes por overdose em pessoas com doenças cardíacas, alerta a American Heart Association (AHA), que menciona a propagação de uma “epidemia” deste tipo de fármacos.
Mais de 67 mil pessoas morreram devido a overdoses de drogas nos EUA em 2018 e dois terços dessas mortes envolveram o uso de opioides, sustenta uma análise de dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC). O mesmo documento revela que no período de 12 meses de dezembro de 2019 a dezembro de 2020, houve um aumento de 30% nos óbitos por overdose de fármacos em comparação com igual período anterior.
“O consumo excessivo de opioides é agora a principal causa de morte da comunidade americana com idades entre os 25 e 54 anos e o transtorno pelo uso destes fármacos afeta mais de 2 milhões de pessoas que constituem esta população”, sublinhou a professora de medicina clínica da Universidade da Califórnia, Sheryl L. Chow. Segundo acrescenta, “o respetivo abuso deste tipo de medicamento acelerou durante a pandemia covid-19”.
Neste sentido, “os profissionais de saúde que administram a dor no contexto de doenças cardiovasculares (DCV) e acidentes vasculares cerebrais (AVC) devem ser encorajados a receber formação na gestão da dor através de estratégias que não recorrem a opioides e no rastreio de transtornos associados ao seu consumo”, defendeu Chow.
O comunicado, publicado na revista Circulation, aponta ainda várias estratégias para abordar a propagação desta epidemia: melhorar a educação e a formação do público e dos profissionais de saúde sobre como controlar com segurança a dor e a overdose de opioides e apoiar o tratamento de transtornos associados ao seu uso, incluindo a criação e desenvolvimento de parcerias com vários tipos de programas locais e nacionais.
A AHA sublinha que está empenhada em “fazer avançar a ciência sobre o uso de opioides e os seus efeitos em doentes com DCV através da promoção de estudos científicos”.
Conheça o comunicado na íntegra aqui.
SO