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A perspetiva de uma jovem com Diabetes
O início desta aventura começou, em Abril de 2002, ao ser diagnosticada com Diabetes Tipo 1. Tinha apenas 2 anos, não sabia bem o que esperar e até hoje vivo sem conhecer a realidade de uma pessoa que não é diabética. Graças aos meus pais, à minha educação, pude encarar a doença de forma positiva e encontrar nestes ensinamentos ajuda para diversas etapas da minha vida.
Em alguns momentos tive dificuldade em ser otimista. O secundário foi talvez a fase mais difícil, não devido aos professores ou aos colegas, mas pelas limitações que coloquei a mim própria. Senti-me diferente dos outros e questionei várias vezes “Porquê eu?”, mantendo esta frustração durante algum tempo na minha adolescência por não querer expor a doença.
A Diabetes não define a nossa identidade, porém, é importante que os nossos amigos conheçam a doença e saibam lidar com a nossa realidade.
Em 2007, conheci a AJDP (Associação de Jovens Diabéticos de Portugal) que me deu um apoio muito importante na superação desta adversidade.
Aos sete anos, comecei a participar nas colónias de férias, caminhadas e outros convívios realizados pela AJDP. Criei laços, fiz muitos amigos e percebi que não estava distante da realidade de outros jovens que viviam o mesmo contexto. Na verdade, estas experiências permitiram-me crescer e ajudar outros de igual forma. Desde então, participo em projetos da AJDP com o lema “A Diabetes não me limita”.
Através dos valores transmitidos pela Associação, senti que poderia fazer a diferença na vida de outras crianças. Em 2016, tornei-me monitora nos campos de férias e garanto-vos que foi a minha melhor experiência, pois permitiu-me passar a mensagem com muita alegria e inspiração. Para além de servir de exemplo, vivo novas experiências, conheço realidades distintas e aprendo um pouco mais com cada um destes jovens.
Em 2020, no ano em que sou nomeada Vice-Presidente da AJDP, por coincidência ou ironia do destino, é diagnosticada a Diabetes Tipo 1 à minha irmã mais nova (Vitória) com apenas 3 anos. No momento em que devia sentir orgulho no meu trabalho, voltei a sentir frustração e injustiça na vida. Agora sim, devo mencionar o quão importante é ser um verdadeiro exemplo. Tenho aprendido muito com a Vitória, e na prática, ando mais controlada, pela responsabilidade, e porque parece o jogo “qual a melhor diabética”. A inocência dela é bonita, ao ponto de me ensinar a mexer numa bomba de insulina ou a controlar “os valores”. Concordámos que a Libre seria a nossa “Moeda da Amizade” e através de pequenos detalhes cuidamos da nossa doença com naturalidade. Se fui ensinada a encarar a Diabetes de forma positiva, agora é obrigatório fazê-lo e transmiti-lo.
Hoje, com 20 anos, percebo e valorizo as dificuldades que encontro pelo caminho pois dão-me uma perpesctiva diferente da vida.
Eu tenho Diabetes e a Diabetes tem um bocadinho de mim.
A nossa relação baseia-se neste compromisso!