2 Dez, 2025

OMS alerta que cortes no financiamento comprometem combate ao VIH

A OMS alerta que a redução do financiamento internacional está a colocar em risco a prevenção e o tratamento do VIH, interrompendo programas essenciais e afetando milhões de pessoas, depois de décadas de progresso no combate ao vírus em todo o mundo.

OMS alerta que cortes no financiamento comprometem combate ao VIH

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que cortes no financiamento internacional estão a comprometer a prevenção e o tratamento do VIH, colocando a resposta global ao vírus numa encruzilhada, depois de décadas de avanços.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, sublinhou que “enfrentamos desafios significativos, com cortes no financiamento internacional e estagnação da prevenção”, no Dia Mundial da Luta Contra a Sida.

Segundo a organização, as reduções “drásticas e repentinas” no apoio de doadores levaram à suspensão ou redução de programas essenciais, como a profilaxia pré-exposição (PrEP) e os serviços de redução de danos para pessoas que injetam drogas em vários países.

Em 2024, os esforços de prevenção estagnaram, registando-se 1,3 milhões de novas infeções, afetando sobretudo populações-chave e vulneráveis. A OMS estima que, globalmente, 40,8 milhões de pessoas viviam com VIH e 630 mil morreram devido à infeção.

A dimensão total do impacto dos cortes ainda está a ser avaliada, mas calcula-se que 2,5 milhões de pessoas que usavam a PrEP em 2024 tenham perdido o acesso aos medicamentos devido a restrições de financiamento. A organização alerta que estas interrupções podem comprometer os objetivos globais de eliminação da Sida até 2030.

A OMS apelou aos governos e parceiros para alargarem rapidamente o acesso a terapias recentes, como o lenacapavir (LEN), uma alternativa preventiva de longa duração recentemente aprovada, capaz de reduzir novas infeções e mitigar o impacto das interrupções nos serviços essenciais.

Em Portugal, de acordo com dados recentes da Direção-Geral da Saúde (DGS), foram registados 997 casos de infeção por VIH em 2024, menos que no ano anterior, mas 53,9% dos diagnósticos ocorreram tardiamente, sobretudo em pessoas com 50 anos ou mais.

LUSA/SO

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