14 Dez, 2020

Utentes aderem às cirurgias feitas pelo seu médico noutros hospitais

Ministra da Saúde aponta como explicação para a adesão a esta medida a relação estabelecida entre o médico e o doente.

Especialistas de vários hospitais de país estão a fazer cirurgias em unidades do setor privado e social para recuperar as listas de espera, uma medida que está a ser bem aceite pelos utentes, segundo a ministra da Saúde.

“A adesão dos utentes é naturalmente mais significativa do que com outras metodologias como, por exemplo, os vales cirúrgicos, que têm uma utilização que ronda os 20% por regra no nosso país”, disse Marta Temido na conferência de imprensa regular de atualização dos números da pandemia de covid-19.

A ministra aponta como explicação para a adesão a esta medida a relação estabelecida entre o médico e o doente.

“O facto de as pessoas terem a informação de que podem ser operadas, por exemplo, numa outra instituição pelos profissionais que já os seguem gera maior adesão”, sublinhou.

De acordo com a ministra, vários hospitais têm estado a fazer acordos com instituições do setor privado e do setor social para a realização da sua atividade programada com doentes não-covid.

 

Hospitais pretendem rentabilizar “força de trabalho” e “recursos humanos”

 

“Trata-se de instituições que procuraram desta forma garantir que os seus profissionais que estão disponíveis para continuar a assegurar a atividade programada e que, muitas vezes, não têm instalações para o fazer porque estão fisicamente ocupadas na resposta à pandemia”, explicou.

Assim, adiantou, procuram rentabilizar “a sua força de trabalho, os seus recursos humanos, utilizando espaços e, muitas vezes, integrando as equipas profissionais de outros setores”.

“Há várias instituições no Serviço Nacional de Saúde que dentro da sua autonomia, que nós naturalmente incentivamos, que estão a utilizar essa metodologia de trabalho que de resto não é nova, agora é mais visível porque é mais necessária na medida em que temos de facto uma grande utilização dos espaços físicos dos nossos hospitais”, sustentou.

Deu como exemplo a unidade local de Saúde de Matosinhos, o Centro Hospitalar Universitário de São João, o Hospital Fernando da Fonseca, na Amadora, o Hospital Garcia de Orta, em Almada, e o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN).

Segundo dados divulgados na quarta-feira, numa audição na Comissão de Saúde do parlamento, pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH) e a Ordem dos Médicos (OM), que criaram o Movimento Saúde em Dia, realizaram-se menos 2,7 milhões de contactos presenciais nos hospitais, onde se realizaram menos 18% de primeiras consultas, menos 21% de cirurgias programadas, menos 10% de cirurgias urgentes e menos 27% de episódios de urgência.

SO/LUSA

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