14 Mar, 2019

USF da Baixa: Consultas de prescrição social já chegaram a 140 pessoas

Projeto que está em curso na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo desde o final de setembro, vai chegar em abril à USF Almirante, também no centro de Lisboa.

A dar os primeiros passos em Portugal, os projetos de Prescrição Social visam ligar os utentes dos Cuidados de Saúde Primários aos recursos de apoio na comunidade, facilitando as respostas aos problemas e necessidades sociais que têm impacto na saúde destas pessoas.

“Existem fatores sociais – relacionados com a educação, habitação, emprego, vizinhança, imigração – com grande impacto na saúde individual de cada um. Por isso, nem sempre a prescrição médica é a mais eficaz, nem sempre o serviço de saúde é o mais adequado na promoção de saúde e bem-estar de uma pessoa”, explicam os promotores do projeto em Portugal, Cristiano Figueiredo, médico de família na USF da Baixa e Andreia Coelho, assistente social na mesma unidade.

Das 143 pessoas atendidas na consulta de Prescrição social, a maioria foi composta por mulheres. Quem recorreu ao serviço por iniciativa própria fê-lo para pedir isenção de taxas moderadoras, reembolsos de fraldas, por questões relacionadas com pensões de invalidez ou baixas médicas. Quando os utentes foram referenciados por profissionais de saúde da USF da Baixa, os motivos da consulta prenderam-se com o isolamento social, sedentarismo, imigração/integração social e situações do foro da Saúde Mental.

Para abril está já agendado o alargamento do projeto à USF Almirante, que iniciou atividade em Novembro de 2018 junto à Igreja dos Anjos, em Lisboa. Trata-se de mais uma equipa que tem uma abordagem de grande proximidade, considerando o contexto social e cultural da população, sensível ao facto de entre os utentes inscritos haver cerca de uma centena de nacionalidades diferentes.

No primeiro Dia Internacional da Prescrição Social, uma efeméride promovida pela Social Prescribing Network fundada no Reino Unido, a experiência portuguesa assume especial importância, tanto mais que surge da iniciativa espontânea dos profissionais das duas USF.

“Este é um exemplo paradigmático de como a Saúde pode ser o pivot de respostas integradas às necessidades da população”, refere Luís Pisco, Presidente da ARSLVT.

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