2 Jun, 2022

Urgência do Hospital de Leiria encerrou devido à elevada afluência

Utentes foram reencaminhados para os hospitais de referência da região. Trata-se de uma “situação extremamente grave”, diz o sindicato dos médicos.

Um “aumento” da afluência de utentes, “muito superior à capacidade” do hospital de Leiria está a limitar a resposta desta unidade do Centro Hospitalar de Leiria, que pediu o encaminhamento de doentes emergentes na tarde desta quarta-feira.

Após a denúncia do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) à Lusa de que as urgências do Hospital de Santo André, em Leiria, estavam fechadas, o conselho de administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL) confirmou que foi “solicitado o encaminhamento de doentes emergentes” às 16:00 de ontem, sendo que a situação será “reavaliada” ao início da noite.

A mesma fonte refere que os utentes estão a ser reencaminhados para os hospitais de referência, “dado que os hospitais do SNS [Serviço Nacional de Saúde] funcionam em rede, sendo a colaboração entre as várias instituições uma virtude deste sistema”.

“O Serviço de Urgência Geral tem registado alguns constrangimentos nos últimos dias, relacionados com um aumento de afluência de utentes, muito superior à sua capacidade, o que limita uma resposta adequada ao nível da prestação de cuidados de saúde”, justificou ainda o conselho de administração do CHL.

Segundo os responsáveis hospitalares, “estão a ser definidas medidas para regularizar esta situação, que pode implicar a paragem de atividade assistencial programada de consultas menos urgentes, de forma a dar resposta aos doentes mais graves, alocando mais recursos médicos no atendimento no Serviço de Urgência Geral e possibilitando o aumento do fluxo de doentes nas enfermarias”.

O CHL disse ainda que foram asseguradas mais 10 camas para o internamento de doentes.

Dada esta afluência, o CHL apela, uma vez mais, para que “todos os utentes que não necessitem de cuidados de saúde urgentes, recorram aos cuidados de saúde primários, de forma a libertar as urgências hospitalares para os casos mais graves, que necessitam de cuidados de saúde mais imediatos e especializados”.

O secretário regional do Centro do SIM, José Carlos Almeida, considerou à agência Lusa que esta é uma “situação extremamente grave” e que “põe em causa o atendimento de um universo de 400 mil pessoas”.

“É o espelho do desinvestimento do Governo no SNS”, sublinhou, ao lamentar ainda que o CHL esteja a reverter “mais de 30 camas” que eram para doentes agudos em unidade de cuidados continuados.

SO/LUSA

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