2 Abr, 2024

União das Associações das Doenças Raras aponta medidas de reestruturação dos centros de referência

Após um inquérito realizado às pessoas com doença rara para avaliar a sua experiência de utilização dos centros de referência, a União das Associações das Doenças Raras de Portugal (RD-Portugal) emitiu um comunicado onde revela preocupação com o fraco apoio psicológico aos cuidadores informais de pessoas com doenças raras.

União das Associações das Doenças Raras aponta medidas de reestruturação dos centros de referência

70 especialistas colaboraram no inquérito que integra o relatório “Centros de Referência para as Doenças Raras e a Relação de Proximidade com as Redes Europeias de Referência”, elaborado pela RD-Portugal. Este documento inclui um conjunto de medidas de reestruturação dos centros de referência que “facilitariam a vida dos doentes e melhorariam o trabalho dos profissionais de saúde”.

O inquérito, divulgado no Dia Mundial das Doenças Raras (29 de fevereiro de 2024), indicou que 86,7% dos inquiridos aponta a falta de acesso a apoio psicológico. Nesse sentido, a RD-Portugal considera “fundamental” que os cuidadores “tenham o devido acompanhamento para enfrentarem os desafios associados a cuidar de alguém, beneficiando não apenas os cuidadores como também a qualidade dos cuidados prestados aos doentes”.

Além disso, o inquérito concluiu que cerca de 48% das pessoas portadoras de doença rara não são acompanhadas em centros de referência, seja por desconhecimento do conceito, existência e/ou função, ou por serem acompanhadas em outras consultas, seja por não existirem.

Face a este cenário, a RD-Portugal alerta para a necessidade de uma maior divulgação sobre os centros de referência, “instituições altamente especializadas que desempenham um papel vital no acompanhamento das doenças raras”. A união de associações destaca ainda que continuam a não existir centros de referência oficiais para a grande maioria das doenças.

Paulo Gonçalves, presidente da RD-Portugal, afirma que “apesar de existirem cerca de 30 hospitais de referência distribuídos por sete grupos de doenças raras, estes não cobrem nem de longe as doenças raras existentes e as pessoas desconhecem-nos por não estarem devidamente divulgados e acessíveis””.

E acrescenta: “tornar as consultas multidisciplinares mais acessíveis e promover a formação especializada dos profissionais de saúde pode desempenhar um papel crucial na melhoria dos cuidados e na qualidade de vida das pessoas”.

De acordo com a RD-Portugal, o reduzido número de consultas multidisciplinares reflete “uma lacuna no sistema de saúde, local de excelência onde deve haver expertise necessária para lidar com estas condições complexas”.

 

CG/COMUNICADO

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