3 Dez, 2018

Técnicos de Diagnóstico exigem negociações e organizam novos protestos para este mês

Os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) voltam a protestar nos dias 5 e 6 de dezembro por considerarem “inaceitável que o Governo possa tentar encerrar o processo negocial, unilateralmente, sem acordo com os Sindicatos”, referem, em comunicado.

A paralisação arranca às 00h00 do dia 5 de dezembro e termina às 24h00 do dia 6 de dezembro, quinta-feira. No primeiro dia estão também agendadas duas concentrações em Lisboa, das 11h00 às 14h00, em frente ao Hospital Santa Maria, e no Funchal, a decorrer do 12h00 às 15h00, na Avenida Arriaga, junto à estátua de João Gonçalves Zarco. No dia seguinte, a concentração terá lugar no Porto, entre as 11h00 às 14h00, no Hospital de Santo António. Está também prevista a realização de uma concentração em Coimbra, ainda  sem hora e local definidos.

Após estes dois dias de protestos, a greve continuará em dias intercalados até ao final do mês – 5, 6, 11, 12, 14, 18, 21, 26, 27, 38, 31 de dezembro.

Entre os principais motivos para esta greve, os TSDT salientam a intenção do Governo de encerrar o processo negocial da revisão da carreira destes profissionais sem acordo com as Associações Sindicais, a tabela salarial imposta, que leva a que cerca de 90% dos TSDT permaneçam na base da carreira toda a sua vida profissional, e o facto da expetativa de progressão salarial ser inferior à da prevista na antiga carreira dos TSDT, comparativamente outras carreiras da Administração Pública no setor da Saúde.

Os TDST e os Sindicatos reivindicam a negociação das propostas apresentadas sobre a tabela salarial e das regas de transição, que incluam a colocação de técnicos em todas as três novas categorias da carreira revista; o correto descongelamento das progressões destes profissionais, independentemente do vínculo laboral; a admissão de todos os técnicos cujas necessidades estejam identificadas; respeito pela autonomia Técnica Científica dos TSDT, com gestão da prestação de cuidados nas suas área;e o fim de todas as bolsas de horas ilegalmente constituídas, sem o acordo escrito do trabalhador, com o pagamento integral como trabalho extraordinário/suplementar.

“O Governo continua sem deixar outra alternativa aos Sindicatos e aos TSDT. Marca uma reunião só para o dia 10 de dezembro, sem apresentar até ao momento novas propostas negociais, insinuando também a pretensão de encerrar as negociações. Temos de continuar a lutar e a exigir uma negociação séria, com apresentação de novas propostas que reponham justiça e igualdade no enquadramento salarial e transições para as novas carreiras”, afirma Luís Dupont, Presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica, citado na referida nota.

Os TSDT avançam ainda que “vão ainda manifestar o seu repúdio” pelas afirmações da Ministra da Saúde, Marta Temido, indicando que as propostas que dão resposta às exigências destes profissionais não devem pôr em causa a sustentabilidade do SNS. “Vamos ser claros! Quem põe em causa a sustentabilidade do SNS não são os TSDT. Só exigimos igualdade e equidade de tratamento na revisão e regulamentação das nossas carreiras. Os TSDT todos os dias contribuem para o SNS, prestando cuidados nos serviços públicoas nas áreas do Diagnóstico, da Terapêutica, da Reabilitação e da Saúde Pública de Excelência”, reforça Luís Dupont, acrescentando que esta é uma classe profissional muito mal remunerada e que “o Estado Português não pode continuar a tratar os TSDT desta forma”.

Mónica Abreu Silva

 

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