6 Jul, 2022

SNS. Mais de 50% das vagas para ginecologia e obstetrícia ficaram por ocupar

Concurso para colocação no SNS de recém-especialistas e outros médicos terminou com dezenas de vagas por ocupar em várias especialidades.

Mais uma vez, um concurso aberto para a colocação de recém-especialistas e outros médicos que estejam fora do SNS deixou dezenas de vagas por ocupar. De um total de 1636 vagas, foram colocadas a concurso, numa primeira fase, 942. No entanto, segundo os resultados publicados esta terça-feira, destas apenas 782 foram ocupadas (83%). 160 lugares ficaram sem candidatos.

As listas agora publicadas, e que podem ser consultadas em Diário da República, são apenas as listas com os potenciais interessados: os candidatos admitidos irão de seguida escolher as vagas disponíveis em diferentes hospitais.

Nalgumas especialidades, a situação é particularmente grave. Na ginecologia e obstetrícia mais de metade dos lugares ficaram vazios. Isto numa altura em que vários hospitais do SNS se veem obrigadas a encerrar as urgências obstétricas por falta de médicos. Assim, das 61 vagas colocadas a concurso, em 37 hospitais, só 28 foram ocupadas (46%). Mais de metade ficou por preencher.

E, alertam sindicatos e responsáveis médicos, isto não quer dizer que entrem no SNS 28 novos especialistas, porque muitos médicos recém-formados acabam por desistir da candidatura ainda antes de começarem a exercer, não assinando contrato com o SNS.

“Dos médicos que se candidatam, cerca de 20% acabam por não aceitar a vaga e dos que entram no período experimental de 60 dias cerca de 5% não ficam”, lembra o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), ao Público. Roque Roque da Cunha acusa o governo de não ter tido a capacidade de fixar médicos no SNS. Entre os fatores que afastam os recém-especialistas estão os baixos salários (a rondar os 1800 líquidos) e a elevada carga horária.

“Raramente um candidato vai para muito longe ou para serviços problemáticos se tiver alternativas na privada ou em prestação de serviços no SNS”, sublinha, à CNN, o presidente do colégio de  ginecologia e obstetrícia da Ordem dos Médicos.

Para além Ginecologia/Obstetrícia, das 45 especialidades com lugares a concurso, pelo menos outras três ficaram igualmente com dezenas de lugares por preencher. Anestesiologia (64 candidatos para 87 vagas), Medicina Interna (127 candidatos para 162 vagas) e Medicina Geral e Familiar (378 candidatos para 432 vagas). Um dado positivo está na pediatria, uma especialidade particularmente carenciada: candidataram-se 70 médicos, quando existiam 67 vagas.

SO

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