Artigo de opinião de Alberto Lopes, neuropsicólogo da Clínica Dr. Alberto Lopes, relativamente à síndrome de burn-on.
Síndrome de burn-on
Já todos ouvimos falar em burnout, mas atualmente alguns psicólogos falam no termo burn-on. De que se trata e qual é a diferença entre ambos? Burn-on significa viver sempre muito próximo de um burnout, uma forma de “depressão de exaustão crónica”, de estar sempre na linha vermelha.
A pessoa em burn-on apresenta um estado de exaustão emocional, física e mental causado pelo stresse prolongado e intenso no trabalho, que leva a sentimentos de exaustão, desmotivação e baixo desempenho no trabalho.
Habitualmente a pessoa não têm consciência deste estado de quase exaustão permanente, sobretudo porque vivemos numa sociedade voltada para a produção. Infelizmente, a síndrome de burn-on é mais geral do que se pensava e não afeta somente os profissionais de saúde.
Quais são as principais características do burn-on comparativamente ao burnout?
Burnout significa estar em exaustão física, mental e/ou emocional, estado este que incapacita a pessoa de realizar as suas atividades de vida diárias. O burn-on, por sua vez é sinónimo de estar sempre à beira do burnout, no entanto a pessoa ainda consegue ter alguma energia vital para se manter relativamente ativa.
É claro que como passar do tempo a pessoa pode deprimir ou desencadear um burnout, o corpo é uma máquina que também se desgasta e que de forma insidiosa o burn-on pode levar a consequências físicas e mentais mais graves.
Paradoxalmente, o burn-on começa por ter uma curva insidiosa à qual a pessoa se vai adaptando, mas é esse o seu maior problema já que geralmente o pensamento da pessoa é o “eu consigo aguentar…”. Nada mais errado! Recordo que esta síndrome apresenta características depressivas, mas não é depressão é mais uma espécie de exaustão crónica.
Habitualmente a pessoa não têm consciência deste estado de quase exaustão permanente, sobretudo porque vivemos numa sociedade voltada para a produção. Contudo, existem algumas pistas que nos alertam de que algo não está bem connosco:
- Falta de distinção entre tempo de trabalho e tempo livre. Com as tecnologias e a internet a um click instantâneo, encontramo-nos constantemente a verificar e a gerir a caixa de e-mail e por isso claramente não há um limite saudável entre vida profissional e pessoal;
- Falta de energia para fazer atividades fora do âmbito do trabalho: fazer desporto, passear, estar com amigos ou mesmo ler um livro;
- Encher excessivamente a vida privada com atividades e compromissos;
- Stresse, ansiedade, pressão alta, dores de cabeça recorrentes, tensão muscular.
Estes são alguns sinais de alerta que devem ter sido em conta, pois podemos estar na presença de um burn-on e que deve ser tratado o quanto antes. Por exemplo a hipnose clínica pode ser de grande ajuda. O uso da hipnose neste tipo de síndrome tem tudo a ganhar e nada a perder, até porque geralmente a medicação (psicofármacos) já pouco ajuda, uma vez que geralmente que está em burn-on está a tomar medicação, como referi, numa tentativa de se aguentar mais um pouco.
A hipnose apresenta soluções novas para problemas antigos sendo uma abordagem natural, inócua e não-invasiva faz uso dos recursos internos da e desbloqueia o que porventura possa estar a afetar emocionalmente o paciente. Como exemplo, o uso da hipnose pode ajudar a reduzir a ansiedade e o stresse, melhorando a qualidade do sono e aumentando a energia. Também pode ajudar as pessoas a reprogramarem seus pensamentos e comportamentos negativos, para que possam lidar melhor com a ansiedade do dia a dia.
Que tipos de pessoas são mais propensas a desenvolver este tipo de problemas, como o burn-on? Por exemplo, pessoas perfecionistas e orientadas excessivamente para metas e objetivos; ou pessoas cujo único sentido de vida seja o trabalho, ou também aquelas pessoas que trazem uma história de vida feito de traumas, exigências absurdas ou necessidade de valorização pelas figuras de vinculação.
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