30 Abr, 2018

Sindicato garante que mais de 90% dos trabalhadores do hospital de Gaia aderiram à greve no turno da noite

Efeitos da greve começaram a fazer-se sentir este domingo, às 20h. Paralisação dos trabalhadores do Centro Hospitalar de Gaia e Espinho é um protesto contra os 14 processos disciplinares movidos pela administração aos funcionários que aderiram à greve da função pública de novembro passado.

A greve dos trabalhadores do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho (CHVNG/E), contra a “perseguição da administração”, registou uma adesão “superior a 90%” no turno da noite, disse à Lusa o dirigente sindical Orlando Gonçalves.

Ainda sem dados relativos à adesão dos trabalhadores que iniciaram o turno à 08:00, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte disse que se prevê que a adesão se mantenha elevada em alguns serviços, como por exemplo as Consultas Externas.

Segundo Orlando Gonçalves, cerca das 08:00, o Banco de Sangue ainda não tinha aberto, sendo previsível que se mantenha fechado ao longo do dia.

O dirigente do sindicato falava à Lusa à porta do Hospital de Gaia, onde estava presente um grupo de trabalhadores a quem foram instaurados processos disciplinares na greve de 27 de outubro por alegadamente “não terem cumprido serviços mínimos”.

Esta é, aliás, a principal razão da greve de hoje, na medida em que, segundo o sindicato, estes trabalhadores “estão a ser punidos por algo que é da responsabilidade da administração, que não cumpriu a sua obrigação de designar os trabalhadores para os serviços mínimos” na greve de outubro.

“A responsabilidade de designar os serviços mínimos é, numa primeira fase, do sindicato e, caso este não o faça, cabe à administração realizar esse trabalho, como aliás aconteceu com a greve de hoje”, sublinhou.

Segundo Orlando Gonçalves, o protesto, que começou formalmente hoje, já abrangeu o turno dos auxiliares de ação médica e técnicos administrativos iniciado às 20:00 de domingo.

Em causa está aquilo a que o sindicato chama “perseguição da administração” do centro hospitalar contra os trabalhadores que aderiram à greve da função pública realizada em novembro de 2017, tendo sido instaurados 14 processos disciplinares.

“Há uma pressão enorme para tentar que os trabalhadores se intimidem e não façam greve”, disse o sindicalista, referindo que o hospital fez sair uma nota interna que obriga os auxiliares a prolongarem o respetivo turno por mais oito horas caso não haja trabalhadores para o turno seguinte.

“Isto põe em causa os cuidados dos doentes, com possíveis turnos de 20 horas”, disse. A greve terminará na terça-feira de manhã, quando estiver concluído o último dos turnos iniciados hoje.

LUSA

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais