7 Abr, 2020

Sindicato exige harmonização dos salários dos enfermeiros em Braga

O Sindicato considera “vergonhoso” que haja 168 profissionais que recebem 1.060 euros em vez dos 1.201 “previstos na lei”.

Em comunicado, o SEP referiu que já pediu a intervenção do Presidente da República e do primeiro-ministro, face às “ausências de resposta” da administração do hospital e do Ministério da Saúde.

“Os enfermeiros não precisam de ser apelidados de heróis, tão pouco que lhes batam palmas. Exigem ações, condições de trabalho e, no caso concreto, ter salários iguais aos restantes”, sublinhou  o sindicato.

Contactada pela Lusa, a administração do hospital disse que no decorrer do processo de adesão aos acordos coletivos de trabalho (ACT), remeteu uma minuta de acordo a todos os sindicatos para que manifestassem a sua intenção de adesão, sendo que do SEP não recebeu, até ao momento, “qualquer resposta”.

“O Hospital de Braga lamenta que o atual período vivido a nível nacional seja utilizado pelo sindicato para mediatizar as suas reivindicações”, acrescentou a administração.

No comunicado, o SEP diz que “ninguém compreende que os salários destes enfermeiros se mantenham naquele vergonhoso valor [1.060 euros], quando todos os que foram admitidos pós-setembro recebem, e bem, os 1.201 euros”.

Em 1 de setembro de 2019, a gestão do Hospital de Braga passou para a esfera pública, depois de dez anos nas mãos do Grupo Mello Saúde, ao abrigo de uma parceria público-privada (PPP).

O SEP garante que, no período anterior à transição, alertou a administração e o Ministério da Saúde para a obrigatoriedade de, logo em setembro, decorrer o processo de adesão aos instrumentos de regulamentação coletiva do trabalho, para garantir que os enfermeiros à data contratados pelo Grupo Mello com um salário de 1.060 euros passassem para os 1.201.

“Porventura mais preocupados com as eleições que com os profissionais, nada fizeram e assim continuaram, apesar das muitas insistências”, critica o sindicato.

O SEP lembra que o protelamento determinou o agendamento de uma greve para 17 e 19 de Março, que acabaria por ser suspensa devido à pandemia de covid-19.

O sindicato vaticina ainda que, tendo em conta o histórico, o estado de alerta e agora o estado de emergência, “previsivelmente, nenhuma decisão será tomada pela tutela”.

O conselho de administração do hospital disse ainda que “procurou, desde sempre, garantir uma aproximação às preocupações dos seus profissionais e tem envidado todos os esforços nesse sentido”.

SO/LUSA

 

 

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