“Serão instaladas novas unidades do SNS24 Balcão, para que ninguém fique para trás”

Unidades estão situadas em locais de proximidade, ajudando os utentes a aceder aos serviços digitais, sublinha, ao SaúdeOnline, o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que fala dos projetos em curso na transformação digital na área da Saúde.

Em que ponto está a transformação digital que está a ser levada a cabo na área da saúde em Portugal?

Nos últimos anos, tem sido construído um Serviço Nacional de Saúde verdadeiramente digital. Este percurso foi, em boa parte, acelerado durante a pandemia, fruto da necessidade de intensificar o relacionamento à distância com as unidades de saúde.

Sendo a transição digital da saúde estratégica para o País e crucial para modernizar e simplificar a utilização dos serviços de saúde, foi decidida a afetação de uma parte significativa do PRR à sua aceleração. O objetivo é usar as ferramentas da sociedade de informação para promover o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde, simplificar o trabalho dos profissionais de saúde e elevar a eficiência das instituições de saúde.

Que projetos estão na calha, nomeadamente ao nível da informatização dos serviços de saúde e da aproximação da saúde aos cidadãos?

Como foi dito, não iremos começar do zero. Um bom exemplo do que de bom tem sido feito nos últimos anos é o projeto “Exames sem Papel”, que consiste na utilização de meios eletrónicos para suportar os processos de requisição, prestação e faturação dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica solicitados pelo SNS (por exemplo: análises clínicas). Outros projetos relevantes são a Prescrição Eletrónica Médica, que permite a emissão de prescrições de medicamentos em formato digital, o SIGA, que possibilita o melhor acompanhamento do utente em todo o seu percurso dentro do SNS ou o Registo de Saúde Eletrónico, que oferece uma visão integrada da história clínica do utente.

Já em execução do PRR, têm sido promovidos o aumento e a simplificação dos canais de acesso do cidadão ao SNS, uniformizando a qualidade de resposta independentemente do canal escolhido: digital, telefónico ou presencial.

No canal digital, tem sido promovida, para conferir maior facilidade ao acesso, a concentração dos serviços num só portal, acessível em sns24.gov.pt, e numa única app, a APP SNS24. Aqui, entre outras funcionalidades, é possível consultar receitas médicas e requisições de exames, obter o boletim das vacinas, realizar uma teleconsulta ou descarregar o certificado digital.

O canal telefónico, que tão relevante foi durante a pandemia, também está a evoluir para uma maior centralização e uniformização da qualidade de atendimento. Pretende-se que o utente tenha sempre uma resposta, independentemente de ligar para o SNS24 ou para uma unidade de saúde. Para o efeito, estamos a trabalhar no alargamento a outros contextos da utilização de ferramentas resultantes da reformulação tecnológica e processual operada no SNS24 durante a pandemia.

Igualmente relevante para os cidadãos, será o alargamento das ferramentas de telessaúde, em especial as de telemonitorização, através das quais se procurará ampliar e diversificar as experiências que têm decorrido no SNS, designadamente por via da recém-nascida plataforma Telemonit SNS24.

E, para que ninguém fique para trás, serão instaladas novas unidades do SNS24 Balcão, que são já 135, situadas em locais de proximidade, como as juntas de freguesia, onde funcionários com formação adequada ajudam os utentes a aceder aos serviços digitais, de que são exemplo as teleconsultas.

Como suporte a todos os processos, estão, ainda, a ser centralizadas e robustecidas as infraestruturas tecnológicas, modernizados os instrumentos de trabalho dos profissionais de saúde e uniformizados e otimizados os sistemas de informação.

Como é que avalia a adesão dos portugueses às ferramentas digitais (nomeadamente aplicações) do SNS?

A adesão dos portugueses foi, em muito, acelerada pelas necessidades impostas pela pandemia, que tornou os utentes mais exigentes e os profissionais mais favoráveis à utilização de ferramentas digitais. Esta mudança foi bem visível no processo de vacinação contra a Covid-19, que muito beneficiou da utilização destas ferramentas no agendamento da vacinação, no registo das mais de 22 milhões inoculações, na monitorização e controlo do processo e na comunicação com os utentes.

Se as ferramentas forem simples e fáceis de encontrar serão seguramente mais usadas. É este caminho de simplificação que se tem procurado trilhar, por via da centralização dos principais serviços na app SNS24, já com mais de seis milhões de downloads, e no Portal sns24.gov.pt. Igualmente fundamental será o alargamento do número de Balcões SNS24, pois estas estruturas permitem auxiliar, com grande proximidade, os utentes com mais dificuldades na utilização dos serviços digitais.

SO

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