Risco Cardiovascular – Reconhecer, tratar e controlar
Diretora do serviço de Medicina Interna da Unidade Local de Saúde (ULS) Viseu Dão-Lafões, assistente hospitalar graduada sénior de Medicina Interna e vice-coordenadora do secretariado do Núcleo de Estudos de Diabetes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI)

Risco Cardiovascular – Reconhecer, tratar e controlar

A doença cardiovascular aterosclerótica é a principal causa de morbilidade e mortalidade em pessoas com diabetes mellitus.

Numerosos estudos mostraram a eficácia do controlo dos fatores de risco cardiovascular na prevenção e diminuição da doença cardiovascular nas pessoas com diabetes.

O risco de doença cardiovascular (DCV) global expressa o efeito combinado de um número de fatores de risco sobre o risco estimado num período de tempo. De entre os fatores de risco destacam-se a duração da diabetes, obesidade/excesso de peso, hipertensão arterial, dislipidemia, tabagismo, história familiar de doença cardiovascular e doença renal crónica.

As pessoas com diabetes tipo 1 ou tipo 2, apresentam geralmente um risco CV global muito elevado ou elevado. Não são necessários modelos de estimativa de risco para tais pessoas, uma vez que todas necessitam de um tratamento ativo de todos os fatores de risco.

A mulher apresenta desvantagem cardiovascular assente em três pilares: o posicionamento da própria mulher perante a doença, o papel dos profissionais de saúde e a questão dos fatores de risco. Existem diferenças entre homens e mulheres nas várias doenças cardiovasculares. Em geral nas mulheres as doenças CV são menos diagnosticadas e menos tratadas. O controlo e tratamento de todos os fatores de risco são fundamentais para a redução d eventos CV fatais e não fatais.

O tratamento da hiperglicemia deve privilegiar a utilização de fármacos, com comprovado efeito benéfico, não apenas no controlo metabólico mas também com  segurança e benefícios vasculares e renais demonstrados. Dentro destes destacam-se os inibidores do SGLT2 e os agonistas do GLP.

Todos os fatores de risco modificáveis devem ser rigorosamente tratados com objetivos ambiciosos, evitando a sub-terapêutica. Só assim será possível diminuir a mortalidade e morbilidade cardiovascular. Para além do tratamento farmacológico, o tratamento nutricional e a modificação de estilos de vida têm um impacto significativo na diminuição da progressão da doença aterosclerótica.

A DCV na mulher, tem aspetos particulares que deverão ser considerados numa abordagem mais precoce e eficaz dos fatores de risco. A mulher com diabetes mellitus está ainda mais suscetível a estas complicações vasculares.

O Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) considerou estes aspetos relevantes, tendo assim dedicado a sua 10ª reunião temática à Mulher com diabetes.

 

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