4 Mai, 2018

Proposta do governo pode travar nova greve dos trabalhadores da saúde este mês

Sindicato diz que governo mostrou abertura para chegar a um acordo que alargue o regime das 35 horas semanais aos trabalhadores com contrato individual de trabalho.

Os sindicatos dos trabalhadores da saúde receberam ontem à noite uma nova proposta do Ministério da Saúde que pode levar a um acordo entre as partes, disse à Lusa fonte sindical, explicando que existe “uma aproximação de posições”.

“A greve foi tão importante que recebemos, há uma hora, uma proposta para a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho que pode resolver o problema dos contratos individuais nos hospitais EPE”, disse à Lusa José Abraão, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap).

O sindicalista adiantou que a greve de dois dias dos trabalhadores da saúde, que não inclui médicos e enfermeiros, que terminou esta quarta-feira, “superou em muito as expectativas” sendo que “as perturbações são significativas”, rondando os 70 a 80% de adesão a nível nacional.

“Fica a sensação de que o Governo ouviu e manifestou abertura para se avançar neste processo. Só por isto, a greve já foi importante”, defendeu, explicando que a greve causou “constrangimentos significativos” nos blocos operatórios, enfermeiras ou consultas externas.

José Abraão referiu que a anterior proposta que tinham recebido “não era aceitável”, explicando que houve uma evolução no novo documento.

“Pelo que vi na proposta, com alguns aspetos importantes em relação à que tinha sido apresentada, podemos caminhar no sentido de se estabelecer um Acordo Coletivo de Trabalho que reponha as 35 horas semanais para todos e que garanta carreira a todos aqueles que estão em contrato individual, há 10 ou 15 anos e que até agora não têm”, frisou.

A reunião vai decorrer esta sexta-feira, pelas 11:30, no Ministério da Saúde.

“Verifica-se alguma aproximação de posições e vamos para as negociações de espírito aberto, com responsabilidade e seriedade, esperando que o governo concretize com justiça, sem tratar os trabalhadores como uns de primeira e outro de segunda”, defendeu.

LUSA

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