10 Dez, 2018

Presidente da Comissão de Saúde Materna defende criação de Observatório da Criança em Portugal

Gonçalo Cordeiro Ferreira, presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna, da Criança e do Adolescente, sugere a criação de um Observatório da Criança que promova estudos sobre realidades como o tabagismo passivo, a idade média de ida para a creche ou as horas de sono.

O especialista propõe um Observatório da Criança “que centralize os dados recolhido pelas várias entidades governamentais, investigadores universitários e redes internacionais”.

No preâmbulo do relatório “Saúde Infantil e Juvenil – Portugal 2018” da Direção-geral da Saúde, o pediatra Gonçalo Cordeiro Ferreira considera que esse Observatório poderia promover estudos para a recolha sistematizada de outros parâmetros em relação aos quais Portugal ainda não tem dados ou tem dados muito parciais.

O especialista sugere que se promova estudos para a recolha de dados sobre as horas de sono pelos vários escalões etários, sobre a altura média ao fim da adolescência e sobre a idade da menarca.

Propõe também como temas a estudar o consumo de antibióticos em ambulatório na infância e adolescência, a taxa de cáries em dentes de leite, o tabagismo passivo, a idade média de ida para creche ou jardim de infância e a percentagem de crianças em seguimento por doença crónica, incluindo doença mental.

Sobre a saúde mental, as conclusões do relatório da DGS referem precisamente que há escassez de dados epidemiológicos.

Ainda assim, o documento sublinha que se tem assistido em Portugal a “um aumento generalizado da procura de serviços especializados de saúde mental da infância e adolescência, quer a nível da consulta de ambulatório, quer ao nível do serviço de urgência, bem como a um aumento da gravidade dos quadros clínicos”.

“A escassez de dados epidemiológicos, sustentados em estudos científicos, impede o desenvolvimento de respostas específicas mais adequadas à realidade nacional, algo que só poderá ser ultrapassado através da realização de um estudo epidemiológico nesta área”, acrescenta o relatório “Saúde Infantil e Juvenil – Portugal 2018”.

LUSA/SO

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