27 Jun, 2023

Portugal é o 6.º país com maior diferença de género no impacto negativo da pandemia

O estudo, que tentou perceber o impacto da pandemia de covid-19 na saúde e bem-estar dos adolescentes a partir das informações recolhidas no Health Behaviour School-Aged Children 2021/2022, mostra que em Portugal a diferença do impacto negativo entre rapazes e raparigas é superior à média europeia.

Portugal é o 6.º país europeu com maiores diferenças de género em relação ao impacto negativo da pandemia nos jovens e adolescentes, segundo dados revelados hoje pela Organização Mundial da Saúde.

O estudo, que tentou perceber o impacto da pandemia de covid-19 na saúde e bem-estar dos adolescentes a partir das informações recolhidas no Health Behaviour School-Aged Children (HBSC) 2021/2022, mostra que em Portugal a diferença do impacto negativo entre rapazes e raparigas é superior à média europeia.

“Embora os nossos dados sejam bons, são menos bons do que aqueles países que têm uma cultura muito próxima da nossa”, disse à Lusa a psicóloga Tânia Matos, coordenadora do HBSC em Portugal.

Em declarações à Lusa, a especialista recorda ainda que Portugal tem das maiores diferenças entre géneros, entre anos de escolaridade e entre estatutos socioeconómicos.

“No fundo, as desigualdades são muito acentuadas no nosso país”, sublinhou, insistindo que “estas situações precisam de ter uma atenção especial”.

Em relação ao impacto negativo da pandemia na saúde mental, Portugal situa-se na média europeia, mas quando comparado com Espanha, revela um maior impacto negativo.

Em relação ao impacto negativo no desempenho académico, relações familiares e com os amigos, Portugal apresenta-se abaixo da média europeia, de acordo com os dados da OMS.

Tânia Gaspar chama ainda a atenção para o facto de o estatuto socioeconómico baixo e médio, em Portugal, não apresentar grandes diferenças, sublinhando: “Todas estas questões têm um impacto na classe média”.

Lembra que os dados mostram uma classe média “cada vez mais esbatida”, muito perto do estatuto socioeconómico baixo, alertando que, com as recessões económicas, o panorama pode agravar-se.

“Como já vimos, o estatuto socioeconómico acaba por afetar todos estes fatores, a saúde mental, o desempenho escolar e o estilo de vida”, acrescenta.

 

LUSA

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