Passado o efeito da injeção de capital, dívida dos hospitais volta a subir para 773 milhões

Efeito da injeção de 900 milhões em março e abril já está praticamente anulado e a dívida vencida a 90 dias aproxima-se novamente da barreira dos mil milhões.

As dívidas dos hospitais EPE aos fornecedores voltaram a subir em junho, pelo segundo mês consecutivo, para 773 milhões de euros. Esta evolução representa um aumento de 68 milhões de euros em relação a maio e, a manter-se a tendência, o recente aumento de capital – que terminou em junho – não vai evitar que a dívida se aproxime novamente da barreira dos mil milhões de euros.

Só nos últimos dois meses, as dívidas por pagar há mais de 90 dias aumentaram 118 milhões de euros, como revelam os dados da Direção-Geral do Orçamento. Está, assim, praticamente anulado o efeito positivo que foi conseguido com a injeção de duas tranches, num total de 900 milhões de euros, do reforço extraordinário anunciado pelo governo no final do ano passado. Em março, os hospitais receberam 413 milhões de euros e o restante foi entregue em abril. Foi precisamente nestes dois meses que a dívida diminuiu.

Estes dados colocam em causa aquela que é uma das ‘bandeiras’ do governo: a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. Ainda em Março, o Governo nomeou uma comissão para estudar as contas e a sustentabilidade do setor da saúde. Nessa altura, o ministro das Finanças, Mário Centeno, sublinhava a intenção de acabar com o endividamento excessivo no SNS.

Os dados da Direção-Geral do Orçamento (DGO) mostram que os pagamentos com mais de três meses de atraso do Estado atingiram os 1.029 milhões de euros em junho, o que representa um agravamento de 58 milhões de euros em relação ao mês anterior.

Saúde Online

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