31 Jan, 2019

Ordem dos Farmacêuticos adverte que situação das farmácias insolventes não tem evoluído positivamente

A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, defende que a situação das farmácias em insolvência "não tem evoluído positivamente", vincando, no entanto, que as medidas adotadas pelo Estado travaram o avolumar do problema.

“Não temos visto uma progressão [do número de insolvências] tão intensa como nos primeiros anos [durante a crise], pois se assim fosse já teríamos perdido metade da rede”, afirmou, na quarta-feira, salientando que as medidas foram tomadas apenas para “não piorarmos de uma forma tão acentuada”.

Ana Paula Martins recordou que no período de resgate, com a intervenção externa, o impacto sobre as farmácias foi avaliado em 50 milhões de euros de perdas, mas o saldo final foi de 380 milhões de euros.

“Não se fizeram as contas bem feitas e o resultado é este: 600 farmácias em Portugal em penhora e insolvência”, disse a bastonária depois de uma reunião com a delegação regional da Ordem dos Farmacêuticos, que representa 260 profissionais, dos quais 39 especialistas, distribuídos por 65 farmácias comunitárias.

A bastonária indicou, por outro lado, que a remuneração das farmácias portuguesas é a segunda pior da Europa, logo atrás da Roménia, o que coloca em risco a sua capacidade para garantir a coesão territorial, considerando que uma parte dos estabelecimentos se situa fora dos grandes centros urbanos.

“Temos de garantir que todos os portugueses acedem aos medicamentos e se as farmácias que estão nestas zonas forem abaixo, se tiverem que fechar, não temos forma de garantir o acesso aos medicamentos”, advertiu.

LUSA

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