O papel da enfermagem na consulta de diabetes

É consensual que a Diabetes é uma doença crónica que tem tido um crescimento exponencial em todo o mundo. Portugal, segundo o Programa Nacional para a Diabetes, Desafios e Estratégias 2023, mantém uma taxa de prevalência de diabetes elevada. No âmbito do Plano Nacional de Saúde 2030, a diabetes mellitus é identificada como um relevante problema de saúde, cujo impacto importa reduzir.

Os custos inerentes ao tratamento e controlo desta impactante patologia têm mantido uma tendência crescente ao longo dos últimos anos. Este facto deve constituir um desafio também para o poder político, obrigando-o à atualização das políticas em saúde e suas estratégias, tendentes à atribuição de adequados recursos de saúde passíveis de maximizar os ganhos em saúde, de uma forma geral, minimizando, cumulativamente, esta problemática global que é a diabetes.

A Diabetes é uma doença devastadora, mas o seu impacto pode ser reduzido mediante uma gestão adequada por parte da equipa de profissionais de saúde, com prestação de cuidados individualizados à pessoa com diabetes.

Neste contexto, o profissional de enfermagem é corresponsável pela adequada resposta às necessidades de cuidados a prestar à pessoa com diabetes, bem como na definição e ensino de estratégias para enfrentar a sua doença crónica no dia-a-dia.

É fundamental capacitar a pessoa com os conhecimentos e orientações que lhe permitam ser autónoma. Esta autonomia assenta num importante conjunto de saberes e competências que se preconiza que sejam apropriados pela pessoa com diabetes e gerem alterações de comportamentos (monitorização e interpretação da glicemia, correto manuseamento das terapêuticas prescritas, alimentação saudável, atividade física regular e cuidados diários aos pés), a bem da autogestão da sua doença.

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Deste modo, o papel da enfermagem na consulta de diabetes projeta o Enfermeiro para funções e responsabilidades de um Educador em Diabetes, o qual, baseando-se nos princípios da educação terapêutica, deve promover uma relação empática com a pessoa diabética, sua família, companheiro/a ou cuidador, facultar-lhes a informação, formação, ensino e treino adequados, a fim de, também, sensibilizar, estimular e influenciar a pessoa na tomada de decisão e potenciar a sua adesão ao seu regime terapêutico.

Um bom controlo metabólico é sinónimo de que a pessoa com diabetes está a ter sucesso, está no bom caminho. Este sucesso concorre para a promoção da saúde, conforto e bem-estar, bem como para a prevenção e atraso do aparecimento das complicações tardias desta doença, nomeadamente da retinopatia, nefropatia, neuropatia, amputações e doenças cardiovasculares.

 Muitas pessoas com diabetes, no seu percurso de vida, acabam por sofrer de desgaste emocional e psicológico. Sofrem de ansiedade, de stresse e angústia. O Enfermeiro Educador em Diabetes identifica e apoia a pessoa, e se necessário, orienta-a também na procura de apoio psicológico.