12 Abr, 2018

Médicos confirmam greve em Maio e querem reunir com Mário Centeno

SIM e FNAM garantem que o Ministro da Saúde não apresentou contrapropostas na reunião desta quarta-feira e, por isso, mantêm convocação de greve para os dias 8, 9 e 10 de maio. Roque da Cunha, do SIM, exige que o ministro das Finanças esteja presente na próxima reunião

Mais uma vez não houve acordo entre sindicatos e governo. Os sindicatos dos médicos vão manter a greve agendada para os dias 8, 9 e 10 de maio. A decisão foi anunciada esta quarta-feira depois de os dois sindicatos terem reunido com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. Nenhuma das partes cedeu e, sem novas propostas em cima da mesa, os médicos confirmam a greve que tinha sido anunciada no mês passado.

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos disse à Rádio Renascença que o governo não apresentou nenhuma contraproposta na reunião desta quarta-feira e exige a presença do ministro das Finanças na próxima reunião.

“A nossa exigência é que na próxima reunião esteja Mário Centeno, que hoje mesmo veio dizer aos portugueses que estava tudo bem, demonstrando uma insensibilidade confrangedora. Parece que o ministro das Finanças se conforma com os portugueses estarem dois anos à espera das consultas. Por isso queremos que na próxima reunião esteja o ministro da Saúde e o ministro das Finanças, para ultrapassar estas diferenças. Caso isso não seja feito, responsabilizamos o Governo por esta greve”, disse Jorge Roque da Cunha.

Roque da Cunha assegura que a demora no atendimento aos doentes aumenta os custos para o SNS. “Por incapacidade, o ministro da Saúde não tem conseguido demonstrar ao ministro das Finanças que estas medidas não irão onerar o orçamento do Estado, mas sim diminuir a pressão sobre o orçamento do Estado, porque quando alguém está dois anos à espera por uma cirurgia, naturalmente quando isso ocorre estão numa situação mais frágil e o custo será maior”, garantiu, numa altura em que é notória a interferência das Finanças no controlo dos gastos do setor da Saúde.

Também a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) emitiu um comunicado onde lamenta que o governo não tenha acolhido nenhuma das reivindicações dos sindicatos.A FNAM questiona a necessidade de mais grupos de trabalho e acusa o Ministério da Saúde de “manter os médicos reféns da troika”. Este sindicato acusa ainda o governo de estar a empurrar para o próximo ano “o processo negocial das carreiras e das grelhas salariais” e garante que a greve vai ser feita também em defesa da especialização médica e da “abertura atempada de concursos”.

“A Federação Nacional dos Médicos lamenta a falta de vontade manifestada pelo Ministério da Saúde numa negociação séria, ignorando, mais uma vez, as reivindicações dos médicos e recusando-se a apresentar propostas para a resolução dos problemas do Serviço Nacional de Saúde”, afirma a estrutura sindical no  comunicado.

Entre as propostas que unem os sindicatos estão a redução dos horários de urgências de 18 para 12 horas, “deixando seis horas para fazer consultas e cirurgias programadas”, como reinvindica Roque da Cunha e a redução do número de utentes por médico – de 1900 para 1500.

SAúdeOnline

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