3 Mar, 2021

Mais de metade dos adolescentes austríacos têm sintomas de depressão

Estes jovens pertencem ao grupo que, devido à segunda vaga da pandemia, tiveram que passar mais de três meses seguidos sem ir à escola,

Cerca de 56% dos adolescentes austríacos têm sintomas de depressão e 16% têm pensamentos suicidas diariamente, segundo um estudo dos efeitos da educação à distância em alunos do ensino secundário em tempos de pandemia.

Em comunicado, os autores do estudo, da Universidade do Danúbio, em Krems (Áustria) e da Universidade de Medicina de Viena (MedUni) pedem medidas “urgentes” face aos resultados “alarmantes” das entrevistas a 3.052 jovens alunos de 14 anos.

Estes jovens pertencem ao grupo de menores que, devido à segunda vaga da pandemia de covid-19, tiveram que passar mais de três meses seguidos sem ir à escola – desde o início de novembro até meados de fevereiro – e estudaram de forma telemática a partir de casa.

Os investigadores constataram uma tendência ascendente “preocupante” nos problemas de saúde mental dos alunos.

“Tem havido um aumento nos sintomas de depressão e ansiedade, assim como nos distúrbios do sono. A tendência é ascendente. Os resultados são alarmantes, principalmente pelo facto de haver uma proporção tão alta de adolescentes com pensamentos suicidas”, referiu Christopher Pieh no documento.

Por sua vez, Paul Plener, outro coautor do estudo e chefe do Departamento de Psiquiatria Infantil e Adolescente da MedUni, destacou a importância de os jovens terem os dias estruturados com uma rotina diária.

Nesse sentido, defendeu que a covid-19 e o confinamento jogaram contra eles.

Os investigadores alertaram para a necessidade de “ação urgente” para reduzir esses efeitos negativos da pandemia na mente dos jovens.

Os autores sublinharam que a reabertura das escolas com aulas presenciais é “um passo importante” para que os alunos possam retomar o convívio social e praticar mais exercício físico.

“Nem [as redes sociais] Instagram, Facebook ou TikTok podem substituir relacionamentos presenciais, seja num jogo de futebol ou dando uma volta e passar o tempo acompanhado”, prosseguiu Pieh, observando como outro aspeto negativo a grande quantidade de tempo que os alunos passam com os telemóveis.

De acordo com o estudo, os jovens tendem a divertir-se com esses equipamentos durante cinco ou mais horas por dia, o dobro dos registados em 2018.

O estudo, apoiado pelo Ministério da Educação, Ciência e Investigação austríaco, revela também que 50% dos jovens sofrem de ansiedade e 25% de insónias, ambos os dados acima dos que foram recolhidos em estudos realizados antes da pandemia.

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