30 Jul, 2018

Johnson & Johnson divulga dados de estudo de longo prazo de vacina para prevenção do VIH

Na fase inicial do estudo, foi registada uma resposta robusta de anticorpos contra o VIH em todos os voluntários saudáveis que receberam o esquema de vacinação durante 96 semanas, um ano após a última vacinação.

A Johnson & Johnson acaba de anunciar os primeiros dados de resposta imunológica a longo prazo da investigação de um esquema de vacinação de mosaico imunogénico para a prevenção da infeção pelo VIH-1, que está a ser desenvolvida pela Janssen, companhia farmacêutica do grupo. Na fase inicial do estudo APPROACH, foi registada uma resposta robusta de anticorpos contra o VIH em todos os voluntários saudáveis que receberam o esquema de vacinação durante 96 semanas, um ano após a última vacinação. Esses dados foram divulgados numa apresentação oral na 22.º International AIDS Conference (AIDS 2018), que decorreu em Amesterdão, na Holanda, entre 23 e 27 de julho.

Os resultados a longo prazo apresentados na AIDS 2018 baseiam-se nos dados iniciais do estudo APPROACH publicados na The Lancet, em 6 de julho de 2018.

«A nossa visão é ter um mundo sem o VIH, e isso exigirá uma vacina de prevenção contra este vírus», referiu Paul Stoffels, MD, Vice Chairman do Executive Committee and Chief Scientific Officer da Johnson & Johnson. «A Johnson & Johnson está empenhada na colaboração com parceiros para solucionar essa lacuna crítica e disponibilizar a melhor ciência para encontrar uma vacina contra o VIH ainda durante o nosso tempo de vida, o que mudará o percurso da saúde de populações em risco de VIH em todo o mundo».

A procura por uma vacina contra o VIH começou no momento em que o vírus foi descoberto, há mais de 30 anos. No entanto, devido às propriedades únicas do vírus – incluindo a sua diversidade genética global – o desenvolvimento de uma vacina eficaz é altamente desafiador. O esquema de vacinação experimental contendo um mosaico imunogénico  da Janssen é concebido como uma “vacina global”. Tem por objetivo prevenir as infeções provocadas por uma ampla variedade de estirpes de VIH-1 em todo o mundo e que são responsáveis pela pandemia. O esquema de vacinas contém um mosaico imunogénico (moléculas capazes de induzir uma resposta imunológica para diversos subtipos ou classes de VIH), criados a partir de genes de diferentes subtipos de VIH.

Com base nos resultados do APPROACH e de outros estudos em fase inicial, em novembro de 2017, a Janssen e os seus parceiros globais iniciaram o primeiro estudo de avaliação de eficácia de um esquema de vacinação de mosaico imunogénico. O estudo da Fase 2b, HVTN 705 / HPX2008 (também conhecido como ‘Imbokodo’), ambiciona envolver 2.600 mulheres jovens com idades entre os 18 e os 35 anos, de cinco países da África Subsaariana para determinar se a vacina é segura e tem capacidade de reduzir a infecção pelo VIH nesta população que beneficiaria bastante de novas medidas de prevenção do VIH. As participantes estão agora a voluntariar–se em centros de investigação clínica na África do Sul, Malawi, Zâmbia e Zimbabué. A aprovação regulamentar para o estudo está ainda pendente em Moçambique.

Os resultados do HVTN 705 / HPX2008 são esperados em 2021. Estudos adicionais em larga escala serão necessários para o licenciamento do esquema de vacina de mosaico imunogénico  contra o VIH-1.

«Embora ainda estejamos numa fase inicial do processo de desenvolvimento, estamos a registar progressos significativos», afirma Johan Van Hoof, Global Therapeutic Area Head de Infectious Diseases & Vaccines e Managing Director da Janssen Vaccines and Prevention B.V. «Estes dados demonstraram a durabilidade das respostas imunológicas desencadeadas pelos esquemas de vacinação em mosaico».

COMUNICADO

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