JMJ: Reforço previsto no plano de saúde não põe em causa funcionamento do INEM ou SNS
O plano do Ministério da Saúde para a Jornada Mundial da Juventude prevê a mobilização de 75 equipas móveis de suporte básico de vida, 75 equipas fixas, bem como a instalação de 10 postos médicos avançados do INEM e dois hospitais de campanha.
“Não vai prejudicar de maneira nenhuma, porque são serviços em redundância àquilo que é o serviço normal do INEM, que continuará assegurado com os mesmos recursos”, disse Manuel Pizarro aos jornalistas no final da sessão de apresentação do Plano do Ministério da Saúde para a JMJ 2023. “O volume dos meios [do INEM] é absolutamente impressionante, daqueles que temos neste momento preparados para colocar no terreno para responder ao que for necessário”, tinha dito o ministro minutos antes, durante o encerramento da sessão.
Sem precisar quantos profissionais estarão envolvidos, Manuel Pizarro disse que serão “muitas centenas”, nem todos médicos, e assegurou que o reforço não vai pôr em causa o funcionamento normal do INEM ou do SNS, uma vez que são “meios adicionais”, muitos dos quais voluntários. “Não tivemos nenhuma dificuldade em mobilizar estes recursos”, acrescentando que, “no essencial, foi conseguida a dotação das equipas na base do voluntariado”.
O ministro admitiu que poderá ser necessário deslocalizar meios do INEM e mobilizar enfermeiros para o evento, sem recurso a contratação específica, mas reafirmou que o plano de saúde já prevê um número de recursos superiores àqueles que espera virem a ser necessários. “Apesar da vastidão de meios, o INEM tem meios para além daqueles que vão ser utilizados na JMJ”, voltou a sublinhar o governante, perante a insistência dos jornalistas.
Além da instalação dos hospitais de campanha e postos médicos, está em curso a revisão dos planos de contingência para catástrofe dos centros hospitalares de Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental, de Coimbra, de Santo António e de São João, que serão operacionalizados a partir da última semana de julho. “Há uma componente da resposta que é assegurada em cada hospital com o seu próprio plano de contingência. Não estou em condições de dizer que num ou outro caso o hospital não tenha que recorrer a essa solução”, disse Manuel Pizarro.
Durante a primeira semana de agosto, a comissão que elaborou o plano de saúde ficará em permanência no Ministério da Saúde, com acesso em tempo real a diversos indicadores do estado de funcionamento do SNS 24, da emergência pré-hospitalar, dos cuidados de saúde primários e da rede hospitalar.
O plano prevê também o reforço do Centro de Contacto SNS24 (linha telefónica), em português, inglês e castelhano, sendo possível apoio noutras línguas com o acionamento do serviço de tradução telefónica do Alto Comissariado para as Migrações. A propósito do SNS 24, o ministro da Saúde afirmou que deve ser privilegiado como o primeiro contacto com o SNS. “Está mais do que preparada para fazer esse atendimento”, assegurou.
A comissão que elaborou o plano de saúde, presidida pelo médico António Marques, integrou representantes do Ministério da Saúde na Comissão de Acompanhamento do Grupo de Projeto para a organização da JMJ, da Direção-Geral da Saúde, da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), do Instituto Ricardo Jorge (INSA), do INEM e das várias administrações regionais de saúde, entre outras entidades públicas do setor.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 0 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas. As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures. A edição deste ano, que contará com o Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da covid-19.
LUSA
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