14 Ago, 2020

Inquiridos reportam menor consumo de bebidas açucaradas após imposto especial

Dos inquiridos, 41% reduziram o consumo de bebidas açucaradas e cerca de 10% pararam completamente, após entrada em vigor de imposto especial. Questionário online foi conduzido pela Universidade Católica.

Imposto especial sobre as bebidas com maior teor de açúcar levou à redução do consumo. Num estudo da Universidade Católica, divulgado hoje, 41% dos inquiridos reportaram uma quebra do consumo de bebidas açucaradas, comportamento que adotariam também com novos impostos semelhantes.

Com o objetivo de conhecer os hábitos alimentares dos portugueses, o Observatório da Sociedade Portuguesa da Universidade Católica levou a cabo um estudo entre novembro e dezembro de 2019, que contou com a participação de 995 indivíduos (18 a 73 anos, 657 mulheres) inquiridos através de questionário online. Mais de 70% dos participantes tinham habilitações ao nível do ensino superior.

Uma das secções abordava a perceção dos indivíduos em relação às políticas de promoção de hábitos alimentares saudáveis. Nesse contexto, 41,1% dos participantes afirmaram ter reduzido o consumo de bebidas açucaradas depois da entrada em vigor do imposto especial de consumo sobre estas bebidas. Cerca de 10% deixaram de as consumir por completo e 36,8% dos participantes admitiram ainda que refletem mais antes de as consumir.

Contendo uma avaliação de 1 a 7, consoante o grau crescente de concordância, verificou-se que “os participantes concordam em geral com a aplicação de impostos especiais a alimentos com alto teor de açúcar, sal ou gordura”, lê-se no relatório.

Refrigerantes (alto teor de açúcar adicionado e edulcorantes), batatas fritas de pacote (alto teor de sal), gelados (alto teor de açúcar) e enchidos (alto teor de gordura) são exemplos de alimentos em relação aos quais os participantes no estudo admitem concordar com novos impostos especiais, com níveis de concordância superiores a 4.

Num cenário em que novos impostos se concretizem, 41,3% dos participantes admitem que reduziriam o seu consumo (numa média calculada para as respostas para o que seriam as três novas taxas: açúcar, sal e gordura). Do total de inquiridos, 35,5% admitem também que novas taxas levariam a uma maior reflexão pessoal sobre o seu consumo.

Sobre hábitos alimentares, os resultados mostram que a grande maioria associa frutas e vegetais a uma dieta saudável e excesso de açúcar, sal e gordura a um fator prejudicial à alimentação saudável.

Por ordem decrescente, as respostas obtidas mais frequentemente sobre a perceção do que é uma dieta saudável foram “comer mais frutas e vegetais” (90,3%), “comer uma variedade de alimentos” (87,8%), “evitar alimentos com muito açúcar” (84,3%), “evitar alimentos com muita gordura” (77,2%), “evitar comidas com aditivos” (75,4%) e “evitar o consumo de sal” (67,7%). Reduzir hidratos de carbono, comer menos carne e mais peixe fazem parte da conceção de dieta saudável de metade dos participantes.

Quanto à perceção sobre o próprio regime alimentar, mais de 90% dos inquiridos considera que é moderadamente a bastante saudável e 83,4% admite ter feito mudanças nos hábitos alimentares nos 12 meses anteriores ao questionário. A alteração mais mencionada foi uma maior ingestão de água, seguindo-se o menor consumo de álcool, de mais frutas e vegetais e de menos açúcar.

LUSA/SO

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