Implicações da pandemia na resistência a antibióticos
A influência que a atual pandemia de SARS-CoV-2 pode vir a ter na resistência bacteriana humana a antibióticos foi um dos temas abordados por Patrícia Poeta.
Segundo a professora catedrática, existem, atualmente, duas formas de observar esta questão: “há cientistas que nos dizem que, muito provavelmente, podem vir a aparecer estirpes multirresistentes num futuro próximo, sendo estas motivadas pelo facto de as pessoas que requereram internamento hospitalar terem padecido de infeções bacterianas secundárias. Portanto, para além de terem sido tratados com um antivírico, foram tratados também com antibióticos, o que implicaria o aumento das resistências a antibióticos (RAM) neste tipo de pacientes”.
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Contrariamente, existem estudiosos que afirmam que, as medidas utilizadas para minimizar os efeitos da pandemia, podem ter levado a uma diminuição das infeções bacterianas e, consequentemente, à diminuição do uso de antibióticos, o que poderá levar à diminuição de RAM de uma forma atual e futura.
Quando questionada sobre qual das posições sustenta, Patrícia Poeta defende: “Não consigo adivinhar. A OMS já disse que em 2050 haverá mais bactérias multirresistentes a causar a morte de pacientes, do que nomeadamente outras doenças como a obesidade, o cancro, ou mesmo acidentes de viação. O que eu consigo dizer é que a RAM é um problema de saúde pública, que se vai tornar muitíssimo mais grave nos próximos anos”, conclui.