HPV Clinical Cases de regresso. “Uma reunião singular que promover a troca de experiências”

Submissão de casos clínicos para a terceira edição decorre até dia 16 de julho. Ao SaúdeOnline, o ginecologista do Instituto Médico de Coimbra salienta que "aprendizagem a partir de casos clínicos é mais apelativa".

 

Que expectativas tem em relação à 3.ª edição do HPV Clinical Cases?

São muito elevadas. Tivemos uma experiência muito positiva nas duas edições anteriores, com muitos trabalhos apresentados e de excelente nível, assim como uma audiência muito significativa. Eu tenho particular apreço pelas reuniões multidisciplinares. As outras especialidades trazem-nos visões complementares e sempre enriquecedoras.

O tema deste ano é “HPV como um todo!”. Qual a importância de uma abordagem transversal/multidisciplinar a este tema?

A história natural da infeção pelo HPV a nível genital feminino é muito bem conhecida e de longa data. Já a importância atribuída à infeção a nível anal e na orofaringe, em homens e mulheres, é mais recente e a história natural da infeção e lesões não é tão bem conhecida. Na verdade, a infeção e possíveis lesões pelo HPV são possíveis em todas às áreas de contacto sexual. Assim, pelo elevado número de infeções que abrangem diversas especialidades, é muito importante a troca de saberes e experiências entre os mais diversos especialistas ligados a esta temática.

Considera que é necessário dar uma atenção crescente às consequências do HPV fora do âmbito ginecológico? Essas consequências estão a tornar-se cada vez mais comuns ?

Sem dúvida. Como já referi, a literacia à volta da relação entre o HPV e o colo do útero é relativamente alta, o que não acontece com as outras localizações. Este dado é igualmente verdadeiro para os profissionais de saúde. Como refere, é importante salientar que as infeções e lesões nas localizações extragenitais são cada vez mais frequentes. Para o colo do útero, temos meios de prevenção, diagnóstico e tratamento bem conhecidos e eficazes, o que não acontece para as outras localizações.

A única exceção é a vacinação, cuja proteção é transversal para todas as localizações, naturalmente para os tipos de HPV para os quais está concebida, mas, infelizmente, a maior parte da população não está vacinada. Os rapazes começaram a ser vacinados desde o fim do ano passado e as mulheres vacinadas com mais de 29 anos são residuais. Hoje, temos evidência acumulada de que todos devemos ser vacinados.

Qual a importância de partilhar conhecimento através de um modelo assente na apresentação de casos clínicos?

A fundamentação teórica é muito importante, mas a aprendizagem a partir de experiências com casos clínicos é mais apelativa, mais aliciante. É sempre muito interessante acompanhar e discutir o processo decisional e a sua fundamentação.

Que critérios vai o júri adotar para classificar os casos submetidos?

Os critérios já foram aferidos nas edições anteriores e mantêm-se: pertinência do caso clínico, originalidade, rigor cientifico e impacto na prática clínica.

Que mensagem gostaria de deixar à comunidade médica no sentido de participar no HPV Clinical Cases?

Salientar que é a mais importante reunião que se realiza no nosso país sobre toda a temática do HPV. A multidisciplinaridade e o seu carácter eminentemente prático faz dela uma reunião singular, realizada, sobretudo, com o objetivo de promover a troca de experiências do que se faz entre nós. Convidamos à participação de todos os colegas ligados a esta área, em particular os internos, pois, seguramente, darão por bem empregue o vosso esforço.

SO

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