Hospital Dona Estefânia irá tornar-se um “espaço dedicado à criança”
O Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, irá ser um "espaço dedicado à criança" e albergará a nova Unidade de Saúde Familiar de Arroios, enquanto o de Santa Marta ficará ligado às doenças cardiovasculares, aponta a Administração Regional de Saúde
Estas informações foram transmitidas à presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Helena Roseta, num ofício da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), datado de 7 de julho.
A 19 de junho, a presidente da AML enviou um primeiro pedido de esclarecimentos ao Ministério da Saúde relativamente ao novo hospital a construir na zona oriental, questionando “qual a sua dimensão, em número de camas e de valências”, bem como “qual o futuro da atual rede hospitalar de Lisboa” até e após a entrada em funcionamento da nova unidade.
A resposta chegou por via da ARS-LVT, num documento composto por oito páginas, das quais apenas uma é dedicada ao novo hospital e ao futuro das seis unidades que fazem parte do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC).
O documento refere que o Hospital de Lisboa Oriental irá ter “uma capacidade de 875 camas e um período de construção de três anos”, pelo que se estima que entre em funcionamento em 2023.
“Após a transferência dos serviços para o novo hospital, [o Hospital Dona Estefânia] será transformado num espaço dedicado à criança, onde se poderão instalar organizações que trabalham em prol das crianças, abrindo o espaço à comunidade”, lê-se no documento enviado à AML.
O ofício refere que o espaço poderá, “eventualmente, vir a ser um local adequado para a instalação da Unidade de Cuidados Continuados Integrados Pediátricos”, sendo que está também prevista para aquele recinto a construção do novo centro de saúde de Arroios, que “integrará atividade direcionada ao planeamento familiar e aos cuidados da infância e maternidade”.
O Hospital de Santa Marta ficará ligado às doenças cardiovasculares e no recinto “está, desde já, prevista a instalação de uma Unidade de Cuidados de Saúde Primários”.
Já a Maternidade Alfredo da Costa (MAC) “irá deixar as suas atuais funções, mantendo-se, no entanto, ao serviço da saúde”.
Numa entrevista concedida à Lusa a 10 de junho, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, apontou que gostaria “muito” que o edifício onde atualmente funciona a MAC “fosse dedicado a uma área não assistencial, mas de saúde”.
Tal poderá passar por um museu da saúde – que está instalado numa solução provisória – ou “outras áreas relacionadas com a memória”.
“É importante que seja preservada em termos de continuidade histórica grande parte da memória que existe no SNS e, concretamente, na MAC, mas não temos a ideia fechada”, disse na altura.
Segundo o ofício da ARS-LVT, também o Curry Cabral se manterá ligado à saúde, com “o perfil de atividades que no médio/longo prazo se revele necessário”.
Em junho, o ministro havia referido que os edifícios onde funcionam o Curry Cabral e os Capuchos teriam “destinos independentes da saúde”, o que ainda se mantém para este último.
Já o São José passará a “hospital de proximidade, servindo em especial a população do centro histórico com patologias crónicas”.
Na carta, a ARS-LVT refere que o novo hospital, previsto ocupar 13 hectares em Chelas, será “geral e polivalente, com ensino universitário, deverá centralizar e substituir a maior parte da atividade atualmente assegurada nos hospitais que integram o CHLC”, e contará ainda com Medicina Nuclear e Radioterapia.
LUS/SO/SF