29 Mar, 2023

Hospital de Guimarães abre Serviço de Hemodinâmica pronto desde 2018

O Laboratório de Hemodinâmica custou cerca de dois milhões de euros. A justificação inicial da ARS Norte para impedir a abertura do serviço foi a de que Guimarães estava de fora da rede de referenciação para os serviços de hemodinâmica do país.

O Serviço de Hemodinâmica, concluído desde 2018, e que vai permitir a realização de cateterismos cardíacos, começou hoje a funcionar no Hospital da Senhora da Oliveira – Guimarães (HSOG), anunciou esta unidade hospitalar.

“Este tipo de exames é fundamental na avaliação de doentes com patologia cardíaca. É utilizado principalmente no estudo invasivo da anatomia coronária, para identificação das lesões obstrutivas que são responsáveis, por exemplo, pelos sintomas da dor torácica na angina de peito ou no enfarte do miocárdio. Quando indicado, é possível proceder à intervenção nestas lesões, através de angioplastia”, refere o HSOG, em comunicado.

Concluído em 2018, o Laboratório de Hemodinâmica custou cerca de dois milhões de euros, angariados pela Liga dos Amigos do Serviço de Cardiologia do Hospital Senhora da Oliveira, e a justificação inicial da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) para impedir a abertura do serviço foi a de que Guimarães estava de fora da rede de referenciação para os serviços de hemodinâmica do país.

Em novembro de 2019, foi dado a conhecer que o Hospital de Guimarães tinha um Laboratório de Hemodinâmica pronto a utilizar há ano e meio, pago por mecenas, tendo custado cerca de dois milhões de euros, mas que não estava a ser utilizado por falta do aval do ministério da Saúde.

À data, a ARS Norte justificou que aquele serviço ainda não estava a ser utilizado por necessidade de “reorganização da Rede de Referenciação Hospitalar”, após o fim da parceria público-privada do Hospital de Braga.

Segundo o HSOG, “o início de funcionamento de mais esta valência, demonstra a força da rede de instituições no SNS [Serviço Nacional de Saúde] que, quando alinhadas, são capazes de pôr de lado diferenças e disponibilizar os recursos ao serviço das populações, com proximidade, qualidade e segurança”.

O Hospital de Guimarães acrescenta no comunicado que a abertura deste serviço “decorre de um trabalho conjunto na procura de soluções, desenvolvido ao longo dos últimos meses, sob a liderança da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

“Com a colaboração técnica da coordenação nacional das doenças cardiovasculares da DGS [Direção-geral da Saúde], do INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] e da ARS Norte, aproximando e desenvolvendo o espírito de colaboração entre os profissionais do serviço de Cardiologia do Hospital de Guimarães e o Serviço de Cardiologia do Hospital de Braga, no interesse dos utentes”, acrescenta o HSOG.

A unidade hospitalar refere ainda que a Direção Executiva do SNS tem a responsabilidade de coordenar a resposta assistencial no SNS, “assegurando o seu funcionamento em rede, a melhoria contínua do acesso a cuidados de saúde e o alinhamento da governação clínica e de saúde”.

“Assim, salienta-se a disponibilidade e abertura para a colaboração manifestada pelo Conselho de Administração e o Serviço de Cardiologia do Hospital de Braga, no que concerne à formação dos profissionais e ao acompanhamento clínico da atividade da unidade de hemodinâmica do Hospital de Guimarães enquanto unidade afiliada, e a resolução efetiva e com sucesso de questões pendentes neste projeto, em termos infraestruturais, de equipamentos, jurídicas e outras, pelo Conselho de Administração do HSOG”, lê-se na nota do Hospital de Guimarães.

A “área de influência direta” do Hospital Senhora da Oliveira abrange os concelhos de Guimarães, de Fafe, de Vizela, de Cabeceiras de Basto e de Mondim de Basto, sendo que a unidade está ainda preparada para acolher os “utentes dos concelhos de Famalicão, Felgueiras e Celorico de Basto que o desejarem”, refere uma nota na página oficial do Hospital de Guimarães.

 

LUSA

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