5 Jul, 2019

Falta de médicos de família resolvida em dois anos na região de Lisboa

O presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo disse que, dentro de dois anos, a falta de médicos que afeta cerca de 600 mil cidadãos "deixará de ser um problema" na região.

Falta de médicos de família resolvida em dois anos na região de Lisboa

“Em Lisboa e Vale do Tejo é conhecido que temos 600 mil pessoas sem médico de família, o que quer dizer que temos 3,1 milhões de pessoas que têm médico. Vendo as coisas pelo lado positivo, estamos a trabalhar para que dentro de pouco tempo toda a gente tenha médico de família”, disse à agência Lusa Luís Pisco, em Abrantes.

O responsável falava no âmbito de uma visita ao trabalho desenvolvido em termos de saúde naquele município do distrito de Santarém, e que conseguiu baixar, em poucos anos, uma taxa de 40% de utentes sem médico de família atribuído.

Os números e a realidade de Abrantes já eram conhecidos e foram hoje confirmados no terreno por parte do presidente do Conselho Diretivo da ARS-LVT que, questionado sobre se seria possível perspetivar uma data para a resolução da falta de médicos, disse que, “no espaço de dois anos”, a questão estará resolvida.

“As coisas só não correm mais depressa porque estamos com um conjunto de médicos a reformar-se, que é bastante grande, e eu diria que, no espaço de dois anos, deixará de ser um problema e sairá das notícias”, afirmou.

Depois de uma visita a várias unidades de saúde, ente elas a Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC), o hospital de Abrantes e duas Unidades de Saúde Familiar (USF), aquele responsável destacou a “aposta no futuro” que está a ser desenvolvida ao nível do agrupamentos de centros de saúde (ACES) Médio Tejo e também pelo Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), que abarca as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas, que é o “cuidar das pessoas em casa”.

Cuidar das pessoas em casa, afirmou, “é mais seguro, é mais confortável e é mais barato”, tendo destacado que “o hospital de dia, os serviços de cuidados na comunidade e a hospitalização domiciliária” são projetos “muito meritórios”.

A visita decorreu no âmbito de uma “política de proximidade” assumida pelo presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos (PS), designada por “Agenda para a Saúde”, tendo o município investido nos últimos anos na construção de duas USF, no programa de incentivos à fixação de médicos, em aquisição de viaturas, entre outros.

No final de maio, autarquia aprovou assumir a transferência de competências neste domínio, sendo uma das primeiras a aceitar as competências da saúde na região.

Manuel Valamatos destacou o “trabalho enorme” desenvolvido entre o município e os vários agentes, instituições e profissionais de saúde ao longo dos últimos anos, e que permitiu ter hoje “quase toda a população abrangida” por cuidados de saúde de proximidade.

No final da visita, a autarquia procedeu à entrega de um veículo ligeiro de passageiros para utilização exclusiva da USF Beira Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo, um investimento municipal de cerca de 20 mil euros, e que se destina às visitas domiciliárias e para ações de promoção de saúde junto de grupos vulneráveis e de risco.

SO/LUSA

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