28 Set, 2018

Especialistas nacionais e internacionais discutem importância da Fisioterapia Respiratória

O papel decisivo da Fisioterapia Respiratória (FTR) nos cuidados intensivos irá dominar a conferência científica que vai reunir em Silves, nos dias 29 e 30 de setembro, fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, terapeutas da fala, investigadores e académicos de Portugal, Brasil e Bélgica.

O belga Rik Gosselink, da Universidade de Leuven, autor de vários trabalhos científicos de referência sobre a fisioterapia respiratória publicados nos principais jornais médicos mundiais, será o principal orador.

“Quanto mais cedo foram iniciados os cuidados de Fisioterapia nas unidades de cuidados intensivos (UCI´s), mais efeitos secundários poderão ser evitados e mais sequelas poderão ser minimizadas”, afirma o fisioterapeuta Miguel Gonçalves, professor na Faculdade de Medicina na Universidade do Porto e um dos coordenadores da conferência. “Nas unidades de cuidados intensivos, a intervenção dos fisioterapeutas têm um corpo de saberes próprio e protocolos terapêuticos muito bem suportadas pela evidencia científica atual, que passam pela mobilização precoce, manejo de secreções brônquicas e otimização de estratégias ventilatórias, entre outras”, refere o fisioterapeuta que trabalha no serviço de Pneumologia e no serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar de São João.

Os trabalhos publicados por Rik Gosselink têm sustentado a importância da multidisciplinaridade e da interdisciplinaridade nos tratamentos dos doentes críticos que são cada vez mais complexos, envolvendo médicos, enfermeiros e fisioterapeutas – destacando o papel decisivo destes últimos. “O papel do fisioterapeuta é fundamental nas unidades de cuidados intensivos, como parte de uma equipe multidisciplinar: o seu trabalho e o seu foco não podem ser substituídos por nenhuma outra profissão”, afirma Rik Gosselink.

Segundo este investigador belga, “as evidências atuais mostram de forma clara a importância da fisioterapia motora e respiratória para melhorar os resultados clínicos nas unidades de cuidados intensivos”. Rik Gosselink sublinha que “as recomendações atuais da European Respiratory Society (ERS) e Sociedade Europeia de Medicina Intensiva reforçam a importância do trabalho diário do fisioterapeuta nos serviços de cuidados intensivos, realçando a sua autonomia profissional e a sua relevância na equipa multidisciplinar”.

A conferência “A Fisioterapia no Doente Respiratório Agudo e Crónico – A real evidência científica de uma prática clínica indispensável” inicia-se na Escola Superior de Saúde Jean Piaget, em Silves, às 9:00 de sábado 29 de setembro e termina às 13:00 de domingo, dia 30 .

Este evento, de iniciativa dos fisioterapeutas, pretende ser um fórum de debate científico e partilha de conhecimentos entre todos os profissionais que intervêm com doentes respiratórios complexos, salvaguardando o trabalho de equipa e as melhores práticas clínicas suportadas pela evidência científica.

Para a organização da conferência – que envolve a Associação Portuguesa de Fisioterapeutas – APFISIO e o Instituto Piaget de Silves  – a Fisioterapia Respiratória envolve um leque vasto de competências específicas e exclusivas dos fisioterapeutas e a sua prática nas unidades de cuidados intensivos requer, não só condições logísticas necessárias à boa prestação dos cuidados, mas também profissionais devidamente habilitados para a sua prestação. “A Fisioterapia Respiratória requer por parte dos fisioterapeutas um elevado conhecimento, capacidade técnica e raciocínio clínico experiente, única forma de os cuidados respiratórios serem prestados com qualidade e segurança”, afirma Miguel Gonçalves.

A conferência tem como objetivos difundir as diretrizes e as boas práticas na área específica da Fisioterapia Respiratória, divulgar o papel do fisioterapeuta e a importância da multidisciplinaridade e interdisciplinaridade nesta área dos cuidados de saúde. Partilhar conhecimentos entre os profissionais e estudantes de diversas regiões do país e do mundo, incentivar a investigação científica e apresentar o atual nível de evidencia científica, são outros dos objetivos.

COMUNICADO

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