Em sete milhões de vacinados, só 0,4% foram infetados por SARS-CoV-2
Percentagem de infeções em vacinados tem vindo a aumentar mas mantém-se em níveis muito baixos.
Mais de 29 mil pessoas com a vacinação completa contra a covid-19 foram infetadas com o vírus SARS-Cov-2, o que representa 0,4% do total de vacinados, e 309 morreram, adiantaram as autoridades de saúde.
“Desde o início do processo de vacinação contra a covid-19, foram identificados 29.373 casos de infeção por SARS-CoV-2 entre 6.824.392 indivíduos com esquema vacinal completo contra a covid-19 há mais de 14 dias (0,4%)”, indica o relatório das “linhas vermelhas” da pandemia da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o documento, entre as pessoas infetadas com vacinação completa, mais de 400 foram internadas com diagnóstico principal ou secundário de covid-19, sendo que mais de metade – 59% – tinham mais de 80 anos.
“Entre os 29.373 casos de infeção por SARS-CoV-2 em pessoas com esquema vacinal completo contra a covid-19 há mais de 14 dias, registaram-se 309 óbitos por covid-19 (1,1%), dos quais 239 óbitos (77,3%) em pessoas com mais de 80 anos”, referem a DGS e o INSA, que avançam ainda que, entre 01 e 30 de junho, os “casos com esquema vacinal completo apresentaram um risco de hospitalização cerca de cinco a dez vezes inferior aos casos não vacinados”.
De acordo com os mesmos dados, em agosto, faleceram 96 pessoas (50%) com a vacinação completa, 63 (40%) não vacinadas e 18 óbitos (10%) com vacinação incompleta.
“A população mais vulnerável encontra-se quase totalmente vacinada, pelo que é esperado que a proporção de casos com esquema vacinal completo no total de óbitos aumente. No entanto, o risco de morte, que é medido através da letalidade por estado vacinal, é três a sete vezes menor nas pessoas com vacinação completa do que nas pessoas não vacinadas, de acordo com os dados de julho, mês com os dados consolidados mais recentes”, assegura o relatório.
As “linhas vermelhas” concluem ainda que se regista em Portugal uma tendência estável a decrescente na pressão sobre os serviços de saúde e na mortalidade por covid-19.
O número de pessoas internadas em cuidados intensivos no continente correspondeu a 55% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, inferior aos 49% da semana anterior, com 140 doentes nestas unidades na quarta-feira.
No que se refere aos testes, a proporção de positivos foi de 4% (na semana anterior tinha sido de 4,4%), tendo-se registado uma diminuição do número despistes nos últimos sete dias – 346.320 contra os 369.637 feitos na semana anterior.
Relativamente à incidência de novas infeções, a taxa a 14 dias está nos 294 casos por 100 mil habitantes em Portugal, com uma tendência estável, sendo o grupo etário dos 20 aos 29 anos o que apresenta valores mais elevados, com 695 casos por 100 mil habitantes.
“A mortalidade específica por covid-19 registou um valor de 14,6 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, que corresponde a um decréscimo de 5% relativamente à semana anterior. Este valor é inferior ao limiar de 20 em 14 dias por um milhão de habitantes, definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC)”, refere o relatório.
LUSA