28 Jun, 2018

Disfunção erétil pode aumentar risco de doenças cardiovasculares

A disfunção erétil é um fator de risco independente para a ocorrência de eventos cardiovasculares, segundo um novo estudo que analisou dados de mais de 1900 homens.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Andrologia, Medicina Sexual e Reprodução, a Disfunção Erétil (DE) pode afetar homens de qualquer idade e, de acordo com o Episex-pt (2006), a prevalência de DE é de 13% em Portugal.

Segundo a organização, a DE “continua para muitos a ser um assunto tabú, sendo um tema abordado com dificuldade, até com o médico de família”. Agora, estas novas descobertas vêm a reforçar a importância de não ignorar esta condição sexual, uma vez que pode constar como um sinal de ocorrência de futuros problemas cardíacos.

A disfunção erétil e as doenças cardiovasculares têm muitos fatores de risco em comum como a obesidade, hipertensão, síndrome metabólico, diabetes e o tabagismo. E também partilham o mesmo tipo de mecanismos patológicos como a disfunção endotelial, inflamação e aterosclerose. Contudo, são poucas as evidências de que a disfunção erétil é um fator independente para futuros eventos cardiovasculares nos homens.

Recentemente, a equipa de investigação liderada pelo Dr. Michael Blaha, professor na Escola de Medicina Johns Hopkins, em Baltimore, analisou esta relação analisando dados do Multi-Etnic Study of Atherosclerosis (MESA), um estudo que contou com a participação 1914 homens, com idades entre 60 e 78 anos.

Os indivíduos foram convidados a comparecer a 5 consultas do estudo MESA e a responderem ao Massachusetts Male Aging Study sobre sintomas de DE, obtendo 877 de respostas que apontavam para os sinais de DE. Outros 155 participantes foram excluídos por terem sofrido de um episódio cardiovascular antes da quinta consulta, sobrando 1757 indivíduos para serem acompanhados durante 4 anos.

No geral, os resultados apontam para um risco duplicado de eventos cardiovasculares nos homens com disfunção erétil como enfarte, paragem cardíaca, morte súbita e AVC. O risco era independente de outros fatores como o colesterol, tabagismo e hipertensão. Os diferentes eventos cardiovasculares apenas afetaram 2.6% dos homens que não tinham disfunção erétil.

O artigo foi publicado na plataforma Circulation.

Saúde Online

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