22 Nov, 2018

Diretora-geral de Saúde considera que SNS tem de se adaptar a novos desafios na oncologia

A diretora-geral da Saúde disse ontem, em Coimbra, que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) terá de se adaptar a novos desafios e evoluir para um nível mais sofisticado "e preciso" de diagnóstico e tratamento da doença oncológica.

Segundo Graça Freitas, que intervinha na sessão de abertura das jornadas “50 anos no Centro da Luta Contra o Cancro”, o SNS terá de se adaptar a “tratamentos cada vez mais complexos e maior necessidade de os personalizar”.

“Os investimentos realizados na prevenção, no diagnóstico e no tratamento têm permitido mais e melhor vida para os doentes, com Portugal a apresentar resultados muito positivos quando comparados com os parceiros europeus”, salientou.

Para a diretora-geral da Saúde, o desafio das próximas décadas passa por uma oncologia centrada nas pessoas, “em cada doente individual”.

“Não tratando e acompanhando apenas o cancro das pessoas, mas tratando e acompanhando as pessoas com cancro”, sublinhou Graça Freitas, que definiu a doença oncológica em três palavras: “sofrimento, medo, solidão”.

“O SNS, o sistema de saúde e a sociedade civil, destacando a Liga Portuguesa de Luta Contra o Cancro, têm este desígnio a cumprir: apoiar pessoas com cancro”, acrescentou.

Sobre o cancro do pâncreas, a diretora-geral salientou que se trata de um “cancro de difícil gestão pelas suas características: é agressivo, com levada taxa de mortalidade e para o qual não há, neste momento, uma resposta terapêutica seja preventiva ou curativa”.

O presidente do Grupo de Investigação do Cancro Digestivo, Hélder Mansinho, alertou, na quarta-feira, para a necessidade da melhoria da estratégia nacional face ao cancro do pâncreas e uma maior aposta no diagnóstico precoce e na informação dos profissionais de saúde e população.

Segundo Graça Freitas, não é fácil o diagnóstico precoce deste tipo de cancro, pelo que existe “a necessidade de se trabalhar os cidadãos, no sentido de estes procurarem, precocemente, cuidados médicos perante determinados sintomas não específicos”.

O Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro organiza até sábado as jornadas “50 Anos no Centro da Luta Contra o Cancro” com o objetivo de promover a partilha de trabalhos, metodologias e estratégias de ação nos domínios da investigação, prevenção secundária, apoio social e emocional ao doente e família, literacia em saúde e voluntariado.

LUSA

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