27 Fev, 2024

Criada Comissão Nacional para a Humanização dos Cuidados de Saúde no SNS

A criação de espaços que permitam aos doentes terem locais mais confortáveis e que respeitem a intimidade é um dos desígnios da Comissão Nacional para a Humanização dos Cuidados de Saúde no SNS.

A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) anunciou, em comunicado, que a comissão “tem como objetivo maior desenvolver e aprofundar a humanização dos cuidados de saúde no SNS, tendo como foco a centralidade da pessoa e a sua dignidade intrínseca”.

“Assenta numa visão da humanização que integra vertentes como as atitudes e comportamentos de utentes do SNS e respetivos familiares, mas também de médicos, enfermeiros, gestores e outros profissionais de saúde, ou a qualidade e segurança dos espaços físicos em que são prestados cuidados de saúde”, adianta.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador da comissão, Fernando Regateiro, adiantou que uma das primeiras ações a desenvolver vai ser a identificação de boas práticas e divulgá-las, demonstrando que “nem tudo está mal”, mas também um levantamento de dificuldades e a definição de prioridades.

“Sob o ponto de vista técnico e de diferenciação, nós temos respostas boas, estruturadas e instaladas, [mas] muitas vezes somos confrontados com desabafos de doentes que dizem: ‘Tratado fui, mas ninguém olhou para mim’”, disse o também coordenador nacional para a Reforma do SNS na Área dos Cuidados de Saúde Hospitalares.

O responsável destacou a importância de os doentes serem tratados pelo nome, bem como saberem o nome dos médicos e dos enfermeiros que os acompanham. “Depois, quando está em casa e tem dificuldade com um medicamento, saber a quem telefonar, para ser esclarecido e não ficar preocupado”, disse, salientando que são estes aspetos que acabam “por fazer a diferença”.

O “segundo passo” da comissão vai ser criar canais de comunicação entre as diversas estruturas da saúde para que haja “um fluir dessas preocupações” e das boas práticas. Para isso a equipa, que integra profissionais de diversas áreas da saúde e um representante de uma associação de doentes, vai ouvir todos os envolvidos.

A comissão pretende também interagir com as administrações dos hospitais, as direções dos centros de saúde, com profissionais, com a DE-SNS, “para que as coisas sejam facilitadas e aconteçam”. Para Fernando Regateiro, o SNS não deve ter a sua centralidade nas urgências, mas sim na proximidade, nos cuidados de saúde primários.

Vai ser também criado um fórum de reflexão sobre humanização em saúde “em que as pessoas possam falar das suas preocupações, da sua experiência, possam dizer o que acham que está mal e o que está bem”.

LUSA

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