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Evolução do consumo de tabaco à porta das escolas secundárias de Braga
Daniel Silva Pereira, Maria Joana Rodrigues, Vânia Gomes Dias, Sara Jesus, Célia Vasco, Jessica Oliveira Joana Dantas e José Precioso
Instituto de Educação
Universidade do Minho
As crianças e os adolescentes, quando começam a fumar, correm um risco elevado de se tornarem dependentes do tabaco muitas vezes para a vida inteira, podendo mais tarde vir a padecer das graves patologias associadas à aspiração do fumo do tabaco. Um fator de risco para muitos alunos e alunas iniciarem uma prejudicial carreira de fumadores é percecionarem que os amigos gostavam que fumassem, ou seja, começam a fumar para conseguir uma aproximação e integração no grupo de pares. Muitos alunos/as começam a fumar na escola por influência dos colegas. Justifica-se assim a criação de Escolas livres de Tabaco, sendo que a principal razão da proibição de fumar na escola, neste momento, é a de reduzir o número e o tipo de modelos que podem influenciar os jovens a fumar, modificando assim uma norma social concordante com o consumo desta substância. Em Portugal, a Lei de Prevenção do Tabagismo (Lei n.º 37/2007 de 14 de Agosto) determina que é proibido fumar nos estabelecimentos de ensino. Os alunos, os professores e outros profissionais não podem fumar na escola e devem ser colocados na escola dísticos a informar da proibição de fumar. No entanto, neste momento, alguns membros da comunidade escolar, particularmente os alunos, vêm fumar para a porta das escolas. Com o objetivo de descrever a evolução do consumo de tabaco à porta das escolas secundárias de Braga, foi realizado em janeiro de 2017 e janeiro de 2018, um estudo observacional em seis escolas secundárias da cidade de Braga.
Foram feitas observações e registos em cada escola à hora do intervalo da manhã, com tempo sem chuva, das seguintes variáveis: o sexo, a idade aproximada, o número de pessoas a fumar, o cheiro a tabaco e o número de pontas de cigarro no chão. Em janeiro de 2017, constatou-se que em média 24 alunos (intervalo entre 10 e 57 alunos) e 4 adultos (intervalo entre 1 e 9) professores e ou funcionários das escolas observadas, estavam a fumar à porta da escola na altura da observação, (durante o intervalo grande). Em janeiro de 2018, constatou-se que em média 26 alunos (intervalo entre 15 e 44 alunos) e 2 adultos (intervalo entre 1 e 2) professores e ou funcionários das escolas observadas, estavam a fumar à porta da escola na altura da observação, (durante o intervalo grande). De uma forma geral observou-se: mais rapazes do que raparigas a fumar (exceto numa escola); mais jovens do que adultos; a existência de fumadores passivos; um cheiro intenso a fumo do tabaco; grande número de pontas de cigarros no chão.
Podemos observar que o consumo de tabaco à porta das escolas de Braga, continua a ser um comportamento muito prevalente, sobretudo por parte dos alunos. Registou-se uma ligeira redução de adultos a fumar à porta das escolas, situação que pode dever-se à possibilidade que a lei agora confere, da escolas criarem um local para fumadores no interior dos edifícios.
Uma escola sem tabaco é uma escola onde é possível circular sem ser incomodado pelo fumo do tabaco e que, para além disso, tem uma política de prevenção tabágica clara, conhecida e assumida pela comunidade escolar. Esta proibição deve ser estendida ao exterior. O cumprimento desta limitação ao consumo de tabaco deve ser acompanhado de uma oferta de consultas de desabituação aos professores, funcionários e alunos fumadores pelos Centros de Saúde que dão apoio à comunidade escolar. Devem por isso ser feitos esforços para incrementar a formação dos profissionais de saúde na desabituação tabágica e aumentar, a nível das unidades de saúde, a oferta de apoio técnico organizado às pessoas que desejem deixar de fumar.
Daniel Silva Pereira, Maria Joana Rodrigues, Vânia Gomes Dias, Sara Jesus, Célia Vasco, Jessica Oliveira Joana Dantas e José Precioso
Instituto de Educação
Universidade do Minho