25 Jun, 2021

Casos de vacinação indevida ditam suspensão da diretora do ACES do Porto Oriental

Terão sido vacinados jovens de 18 anos no centro de vacinação do Cerco. Coordenador da task force considera caso um "ato de indisciplina".

A diretora do agrupamento de centros de saúde (ACES) do Porto Oriental, Maria Dulce Pinto, foi temporariamente suspensa na sequência da vacinação indevida de jovens de 18 anos, avança a Sic Notícias. O caso já levou a ‘task force’ do plano da vacinação contra a covid-19 a participar esta situação à Polícia Judiciária e à Inspeção-Geral de Atividades em Saúde (IGAS).

“Mal tivemos um mínimo de dados [sobre o caso] fizemos uma participação ao nosso contacto com a Polícia Judiciária e outra à IGAS”, afirmou o vice-almirante Gouveia e Melo, que falava aos jornalistas na ilha do Porto Santo, arquipélago da Madeira, onde se encontra a inteirar da evolução do plano local de vacinação.

Drª. Maria Dulce Pinto

Gouveia e Melo pediu também ao responsável máximo da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) “para que imediatamente tomasse providências para isto não voltar a acontecer e para se tirarem todas as consequências. Para todos os efeitos, é um ato de indisciplina”.

 

“Um ato de indisciplina”

 

Num plano “desta complexidade e com esta urgência e, sendo massivo, tem de haver disciplina”, acrescentou.

Um número indeterminado de pessoas sem os requisitos exigíveis nesta ocasião terá recebido vacinas na zona do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Porto Oriental, mais concretamente no Centro de Vacinação do Cerco. A notícia surge após a polémica nas redes sociais que causou a vacinação da filha de 18 anos da apresentadora de televisão Maria Cerqueira Gomes. A ARS Norte já abriu um processo de inquérito para averiguar o sucedido.

Os episódios de vacinação indevida aconteceram entre quarta-feira ao final do dia e na quinta-feira, após a Junta de Freguesia de Campanhã ter partilhado no seu site um processo de vacinação com “porta aberta” — em Portugal apenas os maiores de 50 anos podem ser vacinados em qualquer centro de saúde sem agendamento.

Em comunicado remetido à agência Lusa, a estrutura liderada por Gouveia e Melo refere que a situação “indicia a prática de atos contrários nas normas e instruções em vigor”, adiantando que a ARS-N “já solicitou a abertura de um processo de inquérito para se apurar o sucedido”.

A ARS-N confirmou à Lusa abertura do inquérito, escusando-se a adiantar quaisquer detalhes.

SO/LUSA

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